O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já foi informado sobre o pedido de demissão da ministra da Saúde, Marta Temido, e espera agora o pedido de exoneração e a proposta de nomeação do seu substituto.
A ministra apresentou esta terça-feira a demissão “por entender que deixou de ter condições para se manter no cargo”.
O primeiro-ministro recebeu o pedido e aceitou-o. António Costa agradece “todo o trabalho desenvolvido” por Marta Temido, “muito em especial no período excecional do combate à pandemia”.
Numa nota enviada às redações, o primeiro-ministro disse que o Presidente da República já foi informado.
Uma nota publicada no site oficial da Presidência da República dá conta que Marcelo Rebelo de Sousa está a aguardar agora a formalização do pedido de exoneração e a proposta de um novo nome.
O primeiro-ministro adiantou ainda, no comunicado, que o Governo irá prosseguir “as reformas em curso tendo em vista fortalecer o SNS e a melhoria dos cuidados de saúde prestados aos portugueses”.
“O Primeiro-Ministro agradece todo o trabalho desenvolvido pela Dra. Marta Temido, muito em especial no período excecional do combate à pandemia da COVID19. O Governo prosseguirá as reformas em curso tendo em vista fortalecer o SNS e a melhoria dos cuidados de saúde prestados aos portugueses.”
A demissão de Marta Temido acontece poucas horas depois de ter sido tornado público o caso de uma grávida que morreu, na passada terça-feira, depois de se ter deslocado à urgências do hospital de Santa Maria e, por falta de vaga, ter sido transferida para o Francisco Xavier. Durante a viagem, sofreu uma paragem cardiorrespiratória.
Substituição de Marta Temido na Saúde "não será rápida"
Em declarações à Lusa, uma fonte próxima do primeiro-ministro adiantou que a substituição da ministra da Saúde “não será rápida” e que António Gosta gostaria que fosse Marta Temido a concluir o processo de definição da nova direção executiva do SNS.
"O primeiro-ministro gostaria que ainda fosse Marta Temido a levar ao Conselho de Ministros o diploma que regula a nova direção executiva do SNS" e que considera uma “peça central da reforma iniciada com a aprovação do Estatuto em julho passado.”
A aprovação "só estava prevista para o Conselho de Ministro de dia 15" [de setembro] e António Costa receia que a substituição de Marta Temido "atrase a aprovação" de um diploma que considera essencial, acrescentou a fonte.
A substituição de Marta Temido "não será rápida", até porque António Costa estará "totalmente ocupado a concluir a preparação do Conselho de Ministros extraordinário da próxima semana para aprovar o pacote de apoio às famílias, que anunciará em setembro", no parlamento, explicou.