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Urgências de obstetrícia fechadas em vários pontos do país

Na região de Lisboa há pelo menos três hospitais a desviar grávidas para outras unidades.

As urgências noturnas de obstetrícia estão encerradas em vários pontos do país. Na região de Lisboa há pelo menos três hospitais a desviar grávidas para outras unidades.

A falta de médicos para preencher as escalas no serviço nacional de saúde é mais difícil nos períodos de férias. Este verão não será diferente.  

Em comunicado, a administração regional de Lisboa e vale do Tejo admite constrangimentos no atendimento de obstetrícia até segunda-feira.  

O hospital São Francisco Xavier, que pertence ao centro hospitalar Lisboa ocidental, teve de transferir grávidas para Santa Maria e para a maternidade Alfredo da Costa. 

O Beatriz Ângelo, em Loures, é outro dos hospitais afetados.  

Bem como o hospital São Bernardo, em Setúbal. 

“Era previsível porque os quadros cada vez são menores, as pessoas tem mais de 55 anos e não há organização suficiente, nem responsabilização suficiente para continuar no SNS e, como tal só fazem bancos nas empresas, quando querem. Isto acontece porque não há motivação, nem capacidade de atração das pessoas para os serviços públicos com remunerações e boas condições de trabalho” , diz João Proença, do sindicato dos Médicos da Zona Sul. 

Ao que a SIC apurou, mais hospitais podem ficar com o atendimento a grávidas afetado. 

Fora da região de Lisboa, o sindicato independente dos médicos anunciou também o encerramento das urgências de obstetrícia de Braga.  

Já há algum tempo que os sindicatos alertam para o problema da falta de clínicos esta semana, 

“Isto é uma situação gravíssima. Responsabiliza completamente o Ministério da Saúde, o Governo e os presidentes da ARS e dos conselhos de administração porque são eles  que são nomeados pelo próprio Ministério. Terão de arranjar outras pessoas que consigam organizar”, diz João Proença. 

Uma grávida perdeu o bebé  depois de uma cesariana de urgência nas Caldas da Rainha.  O hospital também tinha a urgência encerrada o que terá levado a um atraso no atendimento. 

A inspeção-geral das atividades em saúde  está a investigar o caso. 

O Ministério da Saúde garante que os resultados  serão tornados públicos. E admitiu a falta de médicos, que diz ser impossível de suprir. 

Nota: ao início da tarde, o Hospital de Braga confirmou que vai fechar domingo, e durante 24 horas, a urgência de obstetrícia “pela impossibilidade completar escalas”, mas garante que “está a trabalhar” para que “a resposta seja garantida” junto de outras unidades. 

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