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Buscas no Sporting de Braga e no Vitória de Guimarães

Suspeitas de crimes de fraude fiscal, fraude à segurança social e branqueamento de capitais.

Luis Vieira / AP

SIC Notícias

Decorreram esta quarta-feira novas buscas das autoridades judiciárias, desta vez no Estádio do Sporting Clube de Braga e também no Vitória de Guimarães. Os escritórios do advogado e empresário Bruno Macedo também são alvo de buscas, assim como Jorge Medes e a Gestifute, num total de "cerca de duas dezenas de buscas domiciliárias e não domiciliárias".

Segundo o comunicado do DCIAP, as buscas da Autoridade Tributária e do Ministério Público lideradas pelo juiz Carlos Alexandre são no âmbito da operação Fora de Jogo que já tinha feito buscas em março do ano passado a várias SAD .

Ao que a SIC apurou, em Braga, estão a ser investigadas as transferências de Galeno e Loum.

Em Guimarães, os investigadores pediram documentação de 2015 a 2017, relativa às transferências de Hernâni, Mikel e Ricardo Pereira.

Em causa estão suspeitas de crimes de fraude fiscal, fraude à segurança social e branqueamento de capitais, no valor de 15 milhões de euros.

Estão a ser realizadas "duas dezenas de buscas domiciliárias e não domiciliárias" " em instalações de Sociedades Anónimas Desportivas, em empresas e em escritório de advogados".

"Em causa estão suspeitas de negócios simulados, celebrados entre clubes de futebol e terceiros, que tiveram em vista a ocultação de rendimentos do trabalho dependente, sujeitos a declaração e a retenção na fonte, em sede de IRS, envolvendo jogadores de futebol profissional. Os valores envolvidos rondarão os 15 milhões de euros".

Nas buscas participam um magistrado judicial, cinco magistrados do Ministério Público, quatro dezenas de efetivos da Autoridade Tributária e cerca de meia centena de militares da Unidade de Ação Fiscal da GNR.

A operação de hoje surge dois dias depois das buscas no FC Porto.

O denominador comum é Bruno Macedo, advogado e empresário do futebol, alvo na Operação Cartão Vermelho que levou à detenção do presidente do Benfica Luís Filipe Vieira.

A Operação Fora de Jogo

A operação 'Fora de Jogo' levou, em 4 de março de 2020, à constituição de 47 arguidos, 24 pessoas coletivas e 23 pessoas singulares, após buscas em várias entidades ligadas ao universo do futebol.

Entre os arguidos contam-se "jogadores de futebol, agentes ou intermediários, advogados e dirigentes desportivos", especificou, então, a Procuradoria-Geral da República (PGR), sublinhando que "em causa estão suspeitas da prática de factos suscetíveis de integrarem crimes de fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais".

"No inquérito investigam-se negócios do futebol profissional, efetuados a partir do ano de 2015, e que terão envolvido atuações destinadas a evitar o pagamento das prestações tributárias devidas ao Estado português, através da ocultação ou alteração de valores e outros atos inerentes a esses negócios com reflexo na determinação das mesmas prestações".

Na altura, as SAD de Benfica, FC Porto, Sporting, Sporting de Braga e Vitória de Guimarães confirmaram a realização de buscas, atestando a disponibilidade para colaborarem com as autoridades.

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