Atacada em todas as frentes, a diretora do SEF não resistiu à pressão e apresentou a demissão do cargo. Nove meses depois da morte de um cidadão ucraniano nas instalações do SEF no aeroporto de Lisboa, o Ministério da Administração Interna informou, em comunicado, que Cristina Gatões pediu para sair.
A Inspeção Geral da Administração Interna envolve 12 inspetores no caso das agressões que terão sido, de acordo com o relatório, encobertas pelas chefias. Na altura, foram demitidos os responsáveis de Lisboa, mas da diretora-nacional não se ouviu uma palavra.
O novo regulamento do SEF, que prevê a instalação de botões de pânicos nos quartos, fez disparar as críticas.
As reações políticas
O PSD diz que o ministro da Administração Interna tinha obrigação de ir mais longe na responsabilidade pela questão do SEF. Para Duarte Martes, a demissão da diretora-nacional é insuficiente. O PAN pede mesmo uma reestrutação mais profunda no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras. Já o CDS defende que não basta o Ministério da Administração Interna anunciar mudanças no SEF. Para João Almeida a reestruturação deve ser discutida, mas é independente da questão de apuramento de responsabilidades neste caso.
João Cotrim Figueiredo diz que a Iniciativa Liberal não vai deixar cair o caso da morte do cidadão ucraniano. Para o deputado, é preciso que o ministro assuma as responsabilidades políticas.
Ainda antes de ser conhecida a demissão da diretora do SEF, Catarina Martins insistia nas responsabilidades políticas que devem ser assumidas neste caso. Para a coordenadora bloquista, resolver o assunto com um botão de pânico é uma ideia que envergonha o país. O Bloco de Esquerda vai questionar o ministro da Administração Interna sobre as mudanças no SEF.
- Como vai funcionar o botão de pânico no SEF do aeroporto de Lisboa
- Associação de Ucranianos em Portugal diz que botão de pânico é insuficiente
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