As contas de 2019 do PCP, entregues na Entidade de Contas e Financiamento Político, revelam que o partido angariou 2,9 milhões de euros em fundos. A maior fatia desse valor diz respeito à Festa do Avante. Mais de 2 milhões saíram da Quinta da Atalaia para os cofres do partido.
O cenário é idêntico ao de anos anteriores. A SIC analisou relatórios dos últimos seis anos e constatou que a Festa do Avante representa mais de 90% dos fundos anualmente angariados pelo partido. Apesar de desvalorizar sucessivamente a importância da Festa do Avante para a saúde financeira do partido, a angariação de fundos representa a segunda maior fonte de receita do PCP. Só as quotas e contribuições dos militantes geram mais dinheiro.
A título de exemplo, em 2017 os comunistas angariaram 2 milhões e 606 mil euros. Só a Festa do Avante representa 2 milhões e 600 mil euros. Desse valor, o partido declarou ter conseguido 918 mil euros com a venda de bilhetes - designadas Entradas Permanentes (Eps) - o que representa certa de 40 mil bilhetes.
Ainda assim, a Entidade de Contas e Financiamento político acredita que as receitas da Festa do Avante podem ser muito superiores. Há vários anos que identifica irregularidades nas contas do partido, nomeadamente na "falta de faturação", e chega a acusar o partido de "falta de transparência nas contas".
A realização da Festa do Avante!, no atual cenário de pandemia, divide opiniões.
Em Portalegre, por exemplo, a população tem dificuldade em compreender como será possível garantir segurança percebendo o peso histórico do evento.