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Inoperacionalidade do Citius levou a plano de contingência nos Açores

A inoperacionalidade da plataforma informática Citius "impediu que o ano judicial se iniciasse normalmente" na Comarca  dos Açores, que estabeleceu "localmente um plano de contingência" que tem  assegurado o serviço urgente, mas "tudo é realizado manualmente, como há 15 anos". 

"Estabelecemos localmente um plano de contingência por via do qual temos  assegurado a realização de todo o serviço urgente. Têm sido realizados julgamentos  um pouco por toda a Comarca", afirmou à Lusa o juiz presidente da Comarca  dos Açores, Moreira das Neves. 

Onze dias após a entrada em vigor do novo mapa judiciário, Moreira das  Neves referiu que "o 'crash' do sistema Citius", que serve para magistrados  e advogados acederem e gerirem os processos, "impediu que o ano judicial  se iniciasse normalmente". 

Moreira das Neves disse que no caso da Comarca dos Açores foi "estabelecido  localmente um plano de contingência" para assegurar "todo o serviço urgente",  acrescentando que "todos os dias se fazem julgamentos", mas "não como se  fariam em dias normais". 

O juiz presidente da Comarca dos Açores explicou que são realizados  julgamentos "correspondentes aos agendamentos já anteriormente efetuados"  e está a ser agendado "serviço classificado como prioritário, em processo  penal, direito da família e direito laboral a um ritmo necessariamente lento,  porque tudo é realizado manualmente, como se fazia há 15 anos", como é o  caso, por exemplo, das notificações. 

"Nós não estamos a trabalhar normalmente, porque não temos sistema.  Assim que o sistema voltar a funcionar nós rapidamente restabeleceremos  a plenitude do funcionamento", disse. 

Segundo Moreira das Neves, "no país, em cada comarca, estabeleceu-se  o seu plano e há comarcas onde se faz distribuição manual para casos urgentes",  como nos Açores.    

"Há outros que fazem um plano mais alargado, outros mais curto. Nós  aqui delineamos o nosso plano de acordo com a nossa própria circunstância  determinada, por exemplo, pelo facto de nos faltar praticamente um terço  dos funcionários que poderíamos ter", apontou. 

Além disso, existem também "especificidades geográficas", tendo Moreira  das Neves adiantado que na Comarca dos Açores "ainda não tomaram posse todos  os juízes", nomeadamente um em Angra do Heroísmo e outro na Praia da Vitoria  (Terceira) e um em São Jorge. 

O juiz Moreira das Neves adiantou ainda que a Comarca dos Açores tem  perto de 50 mil processos. 

    Lusa 

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