"Não estamos de acordo que seja assim. Isto é uma novidade e uma inovação, fazer hoje um concurso externo extraordinário, depois um concurso interno extraordinário, depois até admitindo que haja outro externo extraordinário, e de extraordinário em extraordinário não vamos ter os problemas resolvidos e vamos é tendo mais confusão", disse o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, à saída da reunião de hoje no Palácio das Laranjeiras, em Lisboa.
O Governo vai realizar em 2015 um concurso interno extraordinário para todos os professores do quadro, com o objetivo de impedir que os dois mil docentes que serão colocados ainda este ano, em concurso externo extraordinário, ultrapassem colegas mais graduados.
Para a federação, os dois concursos deviam ser simultâneos, mas Mário Nogueira referiu que, a acontecerem em separado, no concurso interno extraordinário previsto para 2015 o Ministério da Educação e Ciência (MEC) devia discutir também a questão da mobilidade especial, que começa a aplicar-se a partir desse ano.
"É difícil percebermos por que razão é que no ano em que se vão provavelmente por fora milhares de pessoas simultaneamente se façam concursos para entrada e mobilidade. Vamos discutir o conjunto de tudo isto para que não fique uma manta de retalhos que só cria confusão", defendeu o sindicalista.
Já o secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar, Casanova de Almeida, frisou que o objetivo do Governo é que nenhum professor dos que serão vinculados tenha 'horário-zero', e que a separação do concurso de vinculação -- ainda este ano -- do concurso interno ou mobilidade geográfica, a que se candidatam todos os professores dos quadros -- e que decorre extraordinariamente em 2015 -- vai permitir que os docentes sejam colocados em vagas de escola sem que haja qualquer ultrapassagem dos mais graduados por parte dos que agora vão passar a efetivos.
Tendo em conta os 2.600 pedidos de rescisão de professores que já chegaram aos serviços, o secretário de Estado admitiu que no concurso de mobilidade interna de 2015 esse possa vir a ser o número mínimo de vagas a abrir.
Casanova de Almeida recusou ainda qualquer relação da realização separada dos dois concursos com o calendário eleitoral, sublinhando que a decisão se enquadra na "política de gestão de recursos humanos".
Lusa