País

Professores contratados exigem que Governo cumpra diretiva sobre vinculação

A Associação Nacional dos Professores Contratados (ANVPC) exigiu hoje ao Ministério da Educação e Ciência (MEC) a vinculação dos docentes com contratações sucessivas, desde 2001, no efetivo cumprimento  de uma diretiva comunitária de 1999 sobre a matéria. 

© Jim Young / Reuters

Em comunicado, a direção da ANPVC considera que o último modelo de concurso  apresentado pelo MEC às organizações sindicais é "discriminatório e não  faz qualquer sentido". 

Esta organização de professores contratados diz que ainda acredita que o MEC se "aproxime verdadeiramente" da exigência por si solicitada, observando  que ninguém compreenderia que o Ministério dirigido por Nuno Crato adotasse  "uma posição autista" quanto "a um direito de uma vinculação séria e com  requisitos claros e justos, que assiste todos os docentes que há muito se  assumem como necessidades permanentes do sistema de ensino público". 

Segundo a associação, o MEC deverá tomar uma "atitude coesa na sua linha  de ação" e aproveitar este concurso extraordinário para dar cumprimento  a uma vinculação direta dos docentes com contratos sucessivos, desde 2001,  em todos os grupos de recrutamento, sem exceção. 

A organização lembra que o MEC já se comprometeu a legislar em 2015,  dando forma a um mecanismo de vinculação automática ao quadro de todos os  docentes que depois de cinco contratos sucessivos realizem o sexto contrato.

Entretanto, a Federação Nacional de Professores (Fenprof) defendeu hoje,  no Ministério da Educação, a necessidade de um concurso de colocação de  docentes que preveja a vinculação, mas também a mobilidade geográfica, para  evitar "uma injustiça" para os professores que procuram aproximar-se da  residência. 

O MEC recebeu hoje vários sindicatos de professores para a primeira  ronda negocial relativa ao concurso de vinculação extraordinária anunciado  pelo ministro da Educação, Nuno Crato, em janeiro, em resposta a uma diretiva  comunitária sobre precariedade docente. 

Os sindicatos contestaram a definição de um teto para vinculação, afirmando  que são muitos mais os professores que podem ficar afetos aos quadros do  ministério tendo em conta o que estabelecia a diretiva comunitária a que  o Governo quer dar resposta. 

O máximo de duas mil vagas anunciadas por Crato fica significativamente  abaixo dos cerca de 15 a 20 mil docentes que podem estar abrangidos pela  diretiva da Comissão Europeia, segundo cálculos da Fenprof. 

A Federação Nacional de Educação (FNE) defende que a vinculação não  pode ficar refém de um limite numérico. 

 

     

 

Lusa

Últimas