País

Mais de 2000 docentes já pediram para rescindir contrato com o Estado

O Ministério da Educação quer negociar com  as Finanças o alargamento do prazo para o programa de rescisões aberto para  os professores, tendo em conta os mais de dois mil pedidos que já chegaram  aos serviços. 

(Reuters/ Arquivo)
© Andrea Comas / Reuters

"O facto de termos tido uma procura elevada de pedidos de rescisão ainda  este mês levou-nos a pedir uma reunião com a secretaria de Estado da Administração  Pública para podermos equacionar chegar a um prazo que seja mais confortável  para os professores poderem tomar as decisões tendo em conta o desenvolvimento  do ano letivo", disse hoje o secretário de Estado do Ensino e da Administração  Escolar, João Casanova de Almeida. 

O governante falava aos jornalistas no final da reunião que hoje manteve  com a Fenprof, no âmbito da primeira ronda negocial referente ao concurso  de vinculação extraordinária de docentes, e que levou o Ministério da Educação  a convocar sindicatos e associações de professores. 

A reunião com secretaria de Estado da Administração Pública decorrerá  na quarta-feira, adiantou o secretário de Estado. 

"Vai ser feita essa reunião. Esperemos poder traduzir assim a procura  que tem sido elevada. Já ultrapassamos os dois mil pedidos de rescisão.  Se houver possibilidade de dilatar esse prazo nós vamos fazê-lo e anunciá-lo  antes do encerramento do prazo previsto, que é na próxima sexta-feira",  afirmou Casanova de Almeida. 

A edição de hoje do 'Diário Económico' adiantava que cerca de 1400 professores  já teriam pedido para aderir ao programa de rescisões por mútuo acordo para  docentes, um número que Casanova de Almeida referiu estar já "desadequado".

O programa para docentes está em vigor desde 15 de novembro e termina  a 28 de fevereiro, a menos que haja acordo do Ministério das Finanças para  o alargar. 

Podem aderir ao programa todos os docentes com menos de 60 anos e com  contrato de trabalho em funções públicas, não estando abrangidos os docentes  que já estão a aguardar uma decisão do pedido de aposentação ou reforma  antecipada.  

Tal como já tinha sido anunciado pelo MEC durante as negociações com  os sindicados, o cálculo da compensação é de 1,25 meses de remuneração base  por cada ano de serviço para os professores com menos de 50 anos e de um  mês de remuneração para os docentes entre os 50 e os 59 anos de idade. 

Existem, no entanto, outros valores para os professores de educação  pré-escolar, 1. ciclo do Ensino Básico, educação tecnológica, educação  visual e tecnológica: Os que têm menos de 50 anos recebem 1,5 meses por  cada ano de serviço e os que têm entre 50 e os 59 anos receberão 1,25 meses  de remuneração base por cada ano de serviço. 

O ordenado que serve como referência é o do mês de dezembro de 2013:  "A compensação é aferida pelo valor da remuneração base correspondente ao  escalão da escala indiciária do docente no mês de dezembro de 2013, acrescida  de suplementos remuneratórios, após dedução das reduções remuneratórias  legalmente previstas", lê-se no diploma que regulamenta o programa. 

Os sindicatos não concordaram com as regras e aconselharam os professores  a informarem-se bem sobre as condições, antes de porem fim ao contrato de  trabalho. 

 

Lusa

Últimas