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Politécnicos podem arrancar próximo ano letivo com menos 20 cursos disponíveis

O presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) fez hoje "um balanço positivo" do total  de alunos colocados, mas admite que o próximo ano letivo arranque com cerca  de menos 20 cursos disponíveis nos politécnicos. 

Em conferência de imprensa, hoje, em Lisboa, Joaquim Mourato adiantou  que, em média, 100% das vagas iniciais disponíveis para a totalidade dos  cursos nos institutos politécnicos ficou preenchida no final da 3ª fase  do concurso de acesso ao ensino superior, sobretudo devido aos quase 25%  de alunos (mais de cinco mil) captados para estas instituições através dos  regimes e concursos especiais de acesso, destinados sobretudo a maiores  de 23 anos, e já ativos no mercado de trabalho. 

O presidente do CCISP esclareceu que apesar de alguns cursos não terem  preenchido o total de vagas disponíveis, houve outros em que foram aceites  mais alunos do que as vagas inicialmente abertas para os cursos, o que acabou  por se traduzir numa média de 100% de vagas preenchidas. 

Os institutos politécnicos de Bragança, Guarda, Castelo Branco, Santarém  e Portalegre são os que não ocuparam a totalidade de lugares disponíveis,  mas têm uma taxa de preenchimento de vagas superior a 70%. 

Joaquim Mourato adiantou ainda que entre 30 a 40 cursos dos politécnicos  (7%) vão funcionar este ano com menos de 10 estudantes, o que os coloca  numa posição de candidatos ao encerramento, tendo em conta as novas regras  para abertura e funcionamento de cursos superiores aprovadas pelo Governo.

O presidente do CCISP acredita que poderão ser cerca de metade destes  o total de cursos que vão ser encerrados, até porque, defende, não podem  ser só os politécnicos a contribuir para o esforço de ajustamento da oferta  formativa. 

"Temos toda a disponibilidade para fazer o ajustamento da oferta formativa.  Já o fizemos o ano passado, 80% das vagas encerradas foram nos politécnicos.  Este ano iremos tirar também as nossas conclusões. O que gostaríamos é que  todos fizessem essa leitura. O ajustamento cabe a todos. Se há algum excesso,  há excesso em toda a oferta", afirmou Joaquim Mourato. 

Os dados do Ministério da Educação e Ciência relativos à 3ª fase de  colocações no ensino superior público pelo concurso geral confirmaram a  quebra da procura por parte dos alunos. Tendo em conta as três fases de  acesso, foram colocados este ano 41.481 alunos, menos 2.595 do que os 44.436  colocados em 2012. 

A quebra do número de alunos foi mais acentuada nos politécnicos e resulta  em parte, defendeu Joaquim Mourato, de "um estigma" que persiste na sociedade  portuguesa em relação a estes institutos, que faz com que sejam menos procurados  do que as universidades. 

O presidente do CCISP declarou não estar totalmente satisfeito com os  resultados, até porque existem áreas em que os politécnicos gostavam de  ter mais estudantes colocados, como as engenharias. Os cursos das áreas  de engenharias, a par dos cursos oferecidos em regime pós-laboral, destacam-se  entre aqueles que têm menos de 10 estudantes colocados. 

Referindo que a falta de interessados nos cursos de engenharia é comum  a politécnicos e universidades, Joaquim Mourato sublinhou que este "é um  problema que o país vai enfrentar daqui a alguns anos", frisando que é preciso  analisar aprofundadamente os dados das colocações deste ano, e que aguarda  os resultados do estudo pedido pelo ministro da Educação, Nuno Crato, à  quebra de candidatos ao ensino superior registada este ano. 

 

Lusa

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