Em Nova Iorque, restos de comida, cascas de melancia, caixas de pizza sujas e resíduos de jardim não vão para aterros. Em vez disso, são transformados num composto rico em nutrientes para combater alterações climáticas.
“Estamos a produzir um composto de excelente qualidade que pode ser usado por toda a cidade para melhorar a qualidade dos solos”, explica Jennifer McDonnell, subcomissária de Gestão de Resíduos Sólidos do Departamento de Saneamento de Nova Iorque, em entrevista à agência Reuters.
Na unidade de compostagem de Staten Island, os resíduos são triturados, peneirados e colocados em pilhas aeradas, que aquecem e permitem que fungos, bactérias e insetos transformem o material em composto. Depois, parte disso é vendida a profissionais de jardinagem, mas a maioria é distribuída gratuitamente a residentes, escolas e hortas comunitárias.
“Monitorizamos constantemente a temperatura e usamos coberturas especiais para controlar a humidade. O objetivo é manter os microrganismos ativos para que façam o trabalho de decomposição”, salienta Jennifer McDonnell.
O composto melhora a qualidade do solo, ajuda a gerir as águas pluviais e mantém os espaços verdes da cidade mais fortes.
“Se quisermos enfrentar a crise climática, temos de tirar os restos de comida dos aterros e levá-los para a compostagem”, sublinha Eric Goldstein, do Natural Resources Defense Council.
O programa exige que os cidadãos separem restos de comida (incluindo carne, ossos, cascas de marisco e laticínios), papel sujo e resíduos de jardim do lixo comum. Embora a fiscalização esteja suspensa até 2026, a participação dos cidadãos é essencial.
Apesar da compostagem ser importante, reduzir o desperdício alimentar desde o início continua a ser a medida mais eficaz para combater a crise climática, destaca Eric Goldstein.