A pouco mais de uma centena de quilómetros da capital iraquiana há uma nuvem tóxica a pairar sobre uma parte da província histórica da Babilónia, classificada como Património Mundial pela Unesco em 2019.
Depois de décadas de abandono e de guerras, equipas de arqueólogos trabalham para reerguer um dos berços da civilização. Não muito longe, cresce a céu aberto uma das maiores lixeiras do país.
Nas áreas residenciais que ficam perto do aterro, sair de casa pode mesmo prejudicar gravemente a saúde.
“Fechamos as portas e não saímos. E se alguém sai, vai às compras e volta logo. (...) Os resíduos causam doenças.”
O impacto de cada pequena ação
Na capital das Filipinas, acompanhamos o dia a dia da família Gerolaga. A mãe prepara o pequeno-almoço para os dois filhos: saquetas de chocolate instantâneo, pacotes de cereais servidos em copos de esferovite. Tudo acompanhado por leite em pó também em saquetas de plástico.
Terminada a refeição, a higiene oral: pequenas saquetas de plástico com pasta de dentes.
O dia ainda mal começou e na casa dos Gerolaga já há um saco plástico cheio de embalagens de plástico.
Estas micro doses de produtos em pequenas saquetas também existem nos países mais ricos, sobretudo em amostras de cosméticos ou doses, por exemplo, de ketchup nos restaurantes de fast food.
O circuito é bem conhecido: na melhor das hipóteses acumulam-se em gigantescos aterros que envolvem zonas de floresta virgem à volta das grandes cidades, outra parte acumula-se ao longo das linhas de águas, entope redes de esgotos e provoca inundações.
Materiais utilizados poucas vezes mas que causam impacto duradouro no planeta.