Olhares pelo Mundo

Mergulhadores voluntários recolhem lixo ao largo da ilha grega de Alónissos

Destino turístico muito procurado, em especial pelas belas águas azul-esverdeadas, a ilha grega de Alónissos esconde no fundo do mar muitos resíduos. Garrafas de plástico e de vidro, pneus, latas e outras embalagens. É muito o lixo que polui um ambiente que é também um parque marinho, refúgio de muitas espécies.

Elisa Macedo

Ana Isabel Pinto

Ao largo da ilha grega de Alónissos, no Mar Egeu, mergulhadores voluntários recolheram esta semana muito lixo, numa operação de limpeza financiada pela União Europeia (UE) para proteger a vida marinha.

O Mar Egeu é como uma "baía" ou sub-região do Mar Mediterrâneo, com enorme importância geográfica, histórica e cultural, especialmente para a Grécia e para a Turquia.

Os detritos recuperados ao largo de Alónissos, um destino turístico muito procurado e que alberga o maior parque marinho protegido da Europa, representam apenas uma ínfima parte das dezenas de milhares de toneladas de resíduos que todos os anos poluem o Mar Mediterrâneo.

Criado no início da década de 1990, o parque marinho de Alónissos é o habitat de uma das últimas colónias sobreviventes de focas-monge do mundo e serve também de refúgio a mais de 300 espécies de peixes, golfinhos e tartarugas marinhas.

A existência deste santuário tem vindo a sensibilizar cada vez mais residentes e visitantes para os perigos da poluição marinha, afirma Theodora Francis, uma das mergulhadoras que participou na ação de dois dias.

"Visitámos quatro ou cinco zonas para verificar se encontrávamos lixo", contou Francis. "Na maioria dessas zonas, não encontrámos, mas noutras sim."

O porto de Votsi, principal ponto de atividade turística e piscatória da ilha, foi identificado como a área mais afetada pela acumulação de resíduos.

"Acreditamos na responsabilidade individual e é nisso que investimos"

Com o objetivo de preservar a biodiversidade costeira, a Grécia comprometeu-se a criar mais dois parques marinhos, um no Mar Egeu e outro no Mar Jónico, outro “braço” do Mar Mediterrâneo, como parte de um conjunto de 21 iniciativas que totalizam 780 milhões de euros.

Também foi aprovada legislação para expandir as áreas marinhas protegidas até aos 30% das águas territoriais do país até 2030. Atenas já apresentou à UE um plano detalhado sobre como irá gerir as atividades de pesca, turismo e energia offshore nessas zonas.

"As pessoas em todo o mundo devem saber que temos força para mudar tudo. Acreditamos verdadeiramente na responsabilidade individual e é nisso que investimos", disse George Sarelakos, presidente da Aegean Rebreath, a organização grega responsável pela operação de limpeza, realizada esta semana, durante dois dias.

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