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Vestígios dos misteriosos Checua revelam uma linhagem humana desconhecida

Viveram na Colômbia na região que lhes deu o nome há cerca de 6.000 anos. Pouco se sabe sobre os Checua, mas a recente descoberta da sequência do ADN de vestígios arqueológicos deste grupo expõe uma civilização única.

Elisa Macedo

Ana Isabel Pinto

Os investigadores concluíram que se trata de uma linhagem humana que não deixou traços genéticos entre os povos indígenas modernos. Vestígios encontrados na zona de Checua, em explorações arqueológicas perto da capital colombiana, Bogotá, incluem restos parciais de dezenas de indivíduos. A pesquisa centrou-se neste achados e pela primeira vez o genoma deste grupo foi agora totalmente sequenciado.

"Quando comparamos com outros indivíduos de diferentes regiões da América, percebemos que os encontrados no planalto Cundiboyacense apresentavam uma linhagem que nunca tinha sido reportada", explicou à agência Reuters Andrea Casas, investigadora do Instituto de Genética da Universidade Nacional da Colômbia.

Os achados arqueológicos incluem restos parciais de cerca de 30 indivíduos e um crânio praticamente intacto, materiais recolhidos entre a década de 1980 e inícios dos anos 2000.

De onde vieram os Checua e o que lhes aconteceu?

Os cientistas não têm certezas, mas, segundo Andrea Casas, é possível que este grupo representasse uma comunidade isolada de caçadores-recolectores nómadas.

Os Checua podem ter desaparecido devido a condições climáticas, doenças ou falta de alimentos. A investigadora referiu também que não têm descendentes conhecidos.

O crânio dos Checua é notoriamente mais alongado do que os crânios de outras populações encontradas no planalto em redor de Bogotá, indicou à Reuters José Vicente Rodríguez, professor de Antropologia Física da mesma universidade colombiana.

As dietas das primeiras populações eram provavelmente influenciadas por erupções vulcânicas, que danificariam as fontes de alimentos à superfície e levariam as pessoas a consumir tubérculos, como batatas e outros vegetais de raiz, explicou José Vicente Rodríguez.

O projeto continua em curso: "Trabalhamos com os restos disponíveis", disse Andrea Casas. "Talvez daqui a alguns anos encontremos outros restos que tragam mais luz sobre esta linhagem."

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