Aprende por imitação com um operador humano, o AEON é a mais recente aposta da Hexagon para colmatar a escassez de mão de obra em várias indústrias, referem os seus criadores. O crescimento do interesse por robôs humanoides deve-se, em grande parte, às mudanças demográficas. O envelhecimento da população, tanto na Ásia como no Ocidente, aliado ao desinteresse dos jovens por trabalhos fabris, tem provocado uma crise de mão de obra global.
Atualmente, a maioria dos robôs industriais ainda é bastante rudimentar. Possui braços fixos para tarefas como soldadura, pintura ou montagem, mas os avanços na Inteligência Artificial e no hardware têm vindo a aumentar significativamente o nível de sofisticação.
De acordo com previsões do Bank of America, o número de robôs humanoides produzidos anualmente poderá atingir 1 milhão de unidades até 2030.
O AEON foi apresentado ao público este mês, durante a Conferência Tecnológica Hexagon Live, em Las Vegas, onde demonstrou agilidade e capacidades espaciais.
A empresa global de tecnologia Hexagon, especializada em soluções de realidade digital, anunciou que o AEON, um robô humanoide, começará a ser testado em ambientes industriais reais ainda este ano, com o objetivo de complementar as equipas humanas.
O AEON combina Inteligência Artificial, inteligência espacial e 34 graus de liberdade, o que lhe confere elevada agilidade, versatilidade e perceção do ambiente.
Ao contrário de outras empresas de robótica que apostam em robôs que imitam o andar humano, a Hexagon defende que a locomoção por rodas é mais prática.
“Pick and place” e “aprendizagem por imitação”
O AEON consegue mover-se quatro vezes mais rápido do que um ser humano a andar, superar degraus e monitorizar o espaço circundante através de 22 sensores, incluindo 12 câmaras.
Estas capacidades, incluindo o chamado “pick and place” (pegar e colocar), tornam o AEON especialmente útil em contextos industriais e comerciais.
Este robô pode aprender tarefas através de diferentes métodos, incluindo uma forma de Inteligência Artificial chamada “aprendizagem por imitação”, onde um operador humano apenas precisa de mostrar ao robô o que fazer — como se se tratasse de um novo colega.
“O movimento do humano é replicado pelo humanoide, que depois executa a tarefa de forma autónoma”, explicou Lukas Heinzle, vice-presidente de tecnologia da Hexagon Robotics, em entrevista à agência Reuters.
“A teleoperação permite-nos passar da programação para a demonstração prática, e vemos isso como um caminho muito promissor”, acrescentou.