A Rússia disparou 40 mísseis e 580 drones contra a Ucrânia em mais um ataque de grande escala que causou três mortos e dezenas de feridos, anunciou este sábado o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
"Cada ataque deste tipo não responde a uma necessidade militar, mas a uma estratégia deliberada da Rússia para aterrorizar os civis e destruir as nossas infraestruturas", acusou Zelensky nas redes sociais, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
Zelensky exortou os aliados de Kiev a fornecerem mais sistemas de defesa aérea e a imporem sanções adicionais a Moscovo, tal como tem feito sempre que a Ucrânia sofre ataques como o que ocorreu durante a noite deste sábado .
"O inimigo lançou 40 mísseis, de cruzeiro e balísticos, e cerca de 580 drones de vários tipos", precisou o líder ucraniano, também citado pela agência espanhola EFE.
Pouco antes das declarações de Zelensky, as autoridades da região de Dnipropetrovsk, no centro-leste da Ucrânia, relataram um ataque russo com mísseis e drones.
"A região de Dnipropetrovsk foi novamente alvo de um ataque maciço", declarou o chefe da administração militar regional, Serguii Lyssak, referindo-se a edifícios de empresas destruídos e incêndios.
Segundo Lyssak, um primeiro balanço apontava para um morto e 26 feridos na cidade.
As autoridades de várias outras regiões ucranianas também relataram ataques importantes na noite de sexta-feira para sábado, segundo a AFP.
Polónia em alerta
Também durante a noite, a Polónia anunciou a mobilização da força aérea polaca e da NATO para garantir a segurança do seu espaço aéreo em resposta a um ataque russo no oeste da Ucrânia, perto da fronteira.
"Devido à atividade das forças russas de longo alcance que realizam ataques em território ucraniano, as forças aéreas polacas e aliadas começaram a operar no nosso espaço aéreo", disse o comando das forças armadas polacas de madrugada.
"De acordo com os procedimentos aplicáveis, foram ativadas todas as forças e recursos disponíveis", referiu o comando, citado pela agência de notícias espanhola Europa Press.
O comando polaco especificou que o destacamento incluiu vários caças, bem como a ativação dos sistemas terrestres de defesa aérea e reconhecimento por radar, que atingiram o "nível máximo de alerta".
O episódio ocorre depois de as autoridades polacas terem denunciado na sexta-feira que dois caças russos sobrevoaram "a baixa altitude" a plataforma petrolífera Petrobaltic, localizada no mar Báltico.
Poucas horas antes, a Estónia tinha alertado para uma incursão de caças russos no espaço aéreo estónio que obrigou ao envio de vários aviões italianos integrados na missão da NATO de vigilância do mar Báltico.
O Governo estónio considerou o incidente inaceitável, enquanto a Rússia negou ter violado o espaço aéreo estónio.
A Polónia disse em 10 de setembro ter abatido drones russos no espaço aéreo polaco, no primeiro incidente do género com um país da NATO desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em fevereiro de 2022.