A autarquia de Elvas está a construir um loteamento para habitação social em cima de um sítio arqueológico. O caso está a gerar conflito entre a autarquia e o Instituto Português de Património Cultural.
O loteamento de Santo António da Terrugem tem previstos 87 fogos e um investimento de um milhão e duzentos mil euros para habitação social.
O promotor é a Câmara Municipal de Elvas e o lugar escolhido é um importante sítio arqueológico de época romana, ao que tudo indica com particularidades únicas.
A autarquia afirma que a obra cumpre com o que foi estipulado pela tutela do património e cultura, mas um despacho da CCDR Alentejo, datado de novembro de 2024, obriga a sondagens arqueológicas antes do início da obra. Só depois, mediante avaliação da relevância do sítio, seria ou não dada o aval para a construção.
No entanto, essas sondagens não aconteceram e a obra já está em andamento pelo menos desde 22 de agosto.
No Museu de Arqueologia de Elvas há peças expostas que são provenientes da quinta de Santo António e até tem destaque na sala principal, dando a entender que outrora o sítio de Santo António já foi importante para a autarquia.
O caso está a gerar conflito entre a autarquia de Elvas e o Instituto Português do Património Cultural (IPPC), que, sabe a SIC, vai fazer queixa para o Ministério Público.