Olhares pelo Mundo

Casal bielorrusso pinta 'bunkers' em Israel para espalhar otimismo pela população

Um casal de artistas que vive em Israel há cerca de um ano tem pintado vários abrigos no Norte de Israel, junto à fronteira com o Líbano, uma região que tem sido palco da escalada de tensões entre Telavive e o Hezbollah.

Gabriel Mota Figueiredo

Ana Isabel Pinto

Um casal de artistas provenientes da Bielorrússia está a dar cor aos abrigos colocados numa cidada israelita onde os bombardeamentos são agora uma ameaça constante para a população.

Lidia e Igor Katliarski abandonaram a Bielorrússia em 2022 depois do início da guerra na Ucrânia. A incerteza a que se assiste na região levou-os a abandonar o país natal, uma decisão reforçada depois de o líder da nação, Lukashenko, ter reprimido fortemente os protestos levados a cabo pelos cidadãos contra a invasão russa da Ucrânia.

Um ano após a mudança para Israel, a dupla de artistas viu-se novamente próxima de um conflito armado, desta vez no Médio Oriente.

Decidiram agir. De forma a devolverem alguma "positividade" aos habitantes da cidade de Nahariya, os bielorrussos ofereceram-se para pintarem alguns abrigos que albergam pessoas quando soam os alarmes que avisam a população de que um ataque aéreo se aproxima.

"Quando a guerra em Israel começou, pensámos em como poderíamos ajudar, como poderíamos ser úteis aqui. Fomos à Câmara Municipal e, primeiro, disseram-nos para darmos algumas aulas de pintura a idosos para os acalmar. Depois, pediram-nos para pintarmos alguns abrigos antibombas como voluntários. Pintámos cinco desses abrigos. Depois, o Presidente da Câmara anunciou um concurso para pintar todos os abrigos da cidade [Nahariya] e nós ganhámos", revela Igor Katliarski.

Desde então, o casal já pintou 25 'bunkers' com cores e padrões alegres, que contrastam com o sentimento dos israelitas que habitam a região.

Enquanto aguardam o momento em que as suas capacidades artísticas deixarão de ser necessárias para este propósito, o casal garante que não irá parar de dar cor às infraestruturas que protegem os cidadãos do fogo inimigo.

"Porque estamos a tentar tornar estas imagens tão positivas e compreensíveis quanto possível para um círculo muito grande e alargado de pessoas - para crianças e adultos, para mulheres e homens - para que sejam igualmente positivas para todos. Para que este motivo positivo supere a ansiedade do próprio significado desta estrutura", aponta Lidia Katliarski.

Com Reuters

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