A guerra em Gaza está a causar cortes na energia elétrica na região, mas há um costureiro palestiniano que encontrou uma forma de ligar a máquina de costura e continuar a trabalhar. Tudo graças a uma bicicleta e à ajuda dos filhos pequenos.
Um ataque israelita destruiu, além da casa, a fábrica de roupa que Raad Saad tinha em Gaza.
"Eu costumava importar e exportar roupa todos os dias, através das várias travessias. Eu vendia aos judeus em Israel. Comercializava roupa de mulher e de criança”, conta o palestiniano, que empregava, na fábrica, 20 trabalhadores.
Sem fábrica, nem energia, era difícil voltar à produção de roupa. Mas Saad arranjou uma solução. Usou tijolos e tecido para montar uma máquina de costura cuja fonte de energia é uma bicicleta.
"Depois da destruição da fábrica e da minha casa, começámos a usar uma bicicleta. Não há outra forma de energia, não há nada. Procurámos um novo caminho através de novas soluções”, conta o costureiro, entrevistado pela agência Reuters.
É o filho Issa, de 13 anos, quem faz mover os pedais da máquina onde o pai agora costura.
A família de Saad já foi deslocada quatro vezes, desde o início da guerra. Uma realidade que atinge muitos dos 2,3 milhões de palestinianos que tentam sobreviver à guerra.
Além da falta de energia elétrica, a população de Gaza enfrenta uma carência de combustível, medicamentos e até mesmo água.
O conflito em Gaza irrompeu a 7 de outubro de 2023, quando o grupo terrorista Hamas atacou o sul de Israel, matando 1200 pessoas e fazendo 250 reféns. Em resposta, o Estado israelita contra-atacou numa ofensiva que tem arrasado a região e que já matou mais de 39.600 palestinianos.