Observar orcas a nadar livremente no mar é um espetáculo incrível. São animais extraordinários, grandes e imponentes. Mas o que parece muito engraçado ao princípio pode tornar-se ameaçador.
As orcas fêmeas podem crescer até aos oito metros e meio de comprimento e os machos até quase 10 metros. E se quiserem, podem causar muitos estragos, como tem acontecido nos últimos anos em vários mares.
Um dos incidentes mais recentes foi no início de maio, no movimentado Estreito de Gibraltar, entre Espanha e África, ondas as orcas afundaram um iate de 15 metros
Porque é que os animais "atacam" os navios? Ou não o fazem de propósito?
As orcas aparecem do nada, contam os marinheiros. Mas o que parece muito engraçado ao princípio pode rapidamente tornar-se ameaçador. Uma experiência pela qual passou a marinheira Magda Noworolska.
As baleias abalroaram o seu iate de 21 metros no mar e tornaram-no impossível de manobrar, contou Magda Noworolska à RTL TV.
O timoneiro de Magda ficou ferido e o seu iate teve de ser puxado para terra pelo serviço de salvamento marítimo.
Tal como aconteceu a esta marinheira de 61 anos, muitos outros relatos têm surgido de quem navega pelo Estreito de Gibraltar. Em julho, por exemplo, cerca de uma dúzia de barcos à vela tiveram encontros desagradáveis com orcas.
É um fenómeno que ocorre sobretudo entre abril e agosto ao largo de Tarifa, porque é a altura em que os animais se alimentam naquele local, explicou o biólogo José Manuel Escobar.
É também a época mais movimentada para Rafael "Pethi", que repara os barcos avariados no seu estaleiro, como o "Champanhe" que, no início de maio, foi destruído por três orcas na costa de Gibraltar. Os animais partiram o leme e provocaram uma fuga no casco.
Porque é que as orcas "atacam" os navios? Ou não o fazem de propósito?
"Partir é divertido para elas", diz o especialista em baleias Renaud de Stephanis. "No início, mexeram nas hélices. Depois começaram a bater nos barcos. E depois partiram os lemes. Isto é divertido para elas. É simples."
Os especialistas preferem falar em "interações" em vez de "ataques" a barcos
Mas Madga Noworolska vê as coisas de forma diferente
"Para mim, parecia um ataque, como se tivessem planeado"
Desde 2000 que as "interações" de orcas com barcos têm sido mais frequentes, mas os especialistas acreditam que vão terminar tão depressa como começaram.