Olhares pelo Mundo

China pousa no lado oculto da Lua e quer trazer respostas sobre as origens do Sistema Solar

A missão Chang'e-6 tem como objetivo a recolha das primeiras amostras do "outro lado" da Lua, região raramente explorada do satélite natural da Terra.

Catarina Solano de Almeida

Ana Isabel Pinto

Uma sonda lançada pela China no início de maio aterrou no lado oculto da Lua para recolher amostras e trazê-las para a Terra. Um passo em frente no ambicioso programa espacial da China que pretende alcançar os líderes americano e russo.

A sonda Chang'e-6, que descolou a 3 de maio do Centro de Lançamento Espacial de Wenchang, na ilha tropical de Hainan (sul), pousou conforme planeado na imensa Bacia Aitken no Polo Sul, uma das maiores crateras de impacto conhecidas no sistema solar com 4 mil milhões de anos, a 2 de junho, revelou a Administração Espacial Chinesa.

Acredita-se que as amostras recolhidas nesta região sejam provenientes do manto lunar e podem conter informações sobre a evolução inicial da Lua, da Terra e talvez até de todo o Sistema Solar.

Esta missão de 53 dias tem como objetivo a recolha das primeiras amostras do outro lado da Lua, região raramente explorada do satélite terrestre.

A sonda deverá também realizar outras experiências no local onde pousou. Para isso, o aparelho utilizará a sua broca para recuperar amostras abaixo da superfície, bem como o seu braço robótico para agarrar material.

O processo deverá estar concluído em dois dias. Chang'e-6 tentará então partir do outro lado da Lua e regressar à Terra com as amostras.

Os cientistas acreditam que o lado oculto da Lua - assim chamado porque é invisível da Terra e não porque nunca capta os raios solares - é muito promissor para a investigação porque as suas crateras são menos cobertas por fluxos de lava antigos do que as do lado visível.

Poderia, portanto, ser mais fácil recolher amostras ali, para entender melhor como a Lua se formou.

Um passo em frente no ambicioso programa espacial chinês, que quer também levar um astronauta à Lua por volta de 2030, programa que conta com a Rússia como parceiro.

Potências espaciais como os EUA e a Rússia querem explorar minerais lunares que servirão para apoiar missões de longo prazo, com astronautas e bases lunares que também servirão para ir mais além no universo na próxima década.

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