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As sondagens e os temas em destaque nas eleições na Alemanha

As sondagens alemãs dão vantagem à CDU, no entanto, o partido vai precisar de fazer uma coligação para conseguir governar. Na antena da SIC Notícias, a comentadora Mónica Dias explicou que as negociais podem ser complicadas porque “nesta constelação que temos, com mais partidos do que quatro, o cálculo para alcançar uma maioria é sempre mais difícil.

Mónica Dias

SIC Notícias

Olhando para as sondagens, a CDU está neste momento bem posicionada para vencer as eleições na Alemanha, ainda que não sozinha. Para a comentadora da SIC, Mónica Dias, as negociações vão ser complicadas porque “nesta constelação que temos, com mais partidos do que quatro, o cálculo para alcançar uma maioria é sempre mais difícil".

“Uma coisa muito curiosa nestas eleições é que as sondagens, se olharmos para os valores, não mudam muito ao longo dos últimos meses (...) Mas temos duas questões que são muito interessantes. É saber se, de facto, o FDP vai conseguir entrar, ou não, e com isso facilitar, ou não, a vida a Merz e à CDU e, também, não sabemos ainda se o partido de extrema esquerda de facto consegue se descolar como se observou nos últimos dias nas sondagens.”

Portanto, como explica Mónica Dias na antena da SIC Notícias, “ainda há aspetos importantes a definir” que são relevantes porque vão “determinar a possibilidade de negociação dos partidos políticos”. 

Relativamente a coligações da CDU com a extrema-direita de Weidel, que está em segundo lugar nas sondagens, a comentadora da SIC deixa claro que isso é uma linha vermelha para o partido de Friedrich Merz. 

“Isso é absolutamente impossível. É uma linha vermelha e não vai acontecer”. 

Relativamente aos temas que têm dominado a campanha eleitoral, Mónica Dias diz que é “muito curioso porque desta vez os eleitores podem efetivamente escolher entre propostas muito diferentes em todas estas áreas”. Sendo a imigração uma delas.

Em relação à economia, que também é uma preocupação do eleitor alemão, a comentadora da SIC, explica que no último ano o PIB per capita aumentou, a economia não cresceu tanto como previsto, portanto, menos 0,2%, no entanto, para a Alemanha isto é sempre muito importante visto que é o motor da Economia Europeia”. 

Por fim, falando do impacto que a guerra na Ucrânia teve na economia do país, Mónica Dias alerta para o facto de que a “economia sofreu com esta guerra”. 

“Primeiro devido à transformação energética que a Alemanha tem de fazer. Não só tornar-se mais favorável aos problemas do clima, como os Verdes defendem, mas sobretudo, e isso é um ponto muito importante, a Alemanha deixou de ter gás relativamente barato que vinha da Rússia (...) e isto foi um problema enorme para a economia”.

Com isso, “o eleitor alemão acabou por pagar muito mais (...) mas também a indústria alemã teve de gastar muito mais para a sua produção (...) e, portanto, esta questão da energia é central para a economia alemã. E depois este esforço absolutamente notável de acolhimento de um milhão de refugiados da Ucrânia”. 

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