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5 dias, 5 religiões: o Islamismo

Chegados a esta altura, praticamente todos falam sobre o Natal, uma festa de tradição cristã. Como vivem em Portugal as religiões esta época do ano é a pergunta a que pretendemos responder. Começamos pelo Islamismo.

João Maldonado

Humberto Candeias

O Islamismo é uma das três religiões abraâmicas. À semelhança do judaísmo e do cristianismo é monoteísta - acredita num só Deus.

Para o islão, Maomé, que viveu entre os séculos VI e VII, foi o último profeta, aquele a quem Deus revelou a mensagem que viria a ser escrita no Corão - o livro sagrado.

O Islamismo divide-se em duas grandes correntes: os xiitas e os sunitas (que são a maioria) - onde se enquadra a Mesquita Central de Lisboa e onde é Imã o Sheik David Munir.

"O que é que nós fazemos no dia 25 de Dezembro? É um feriado nacional, é um feriado igual aos outros feriados, a vantagem é que facilita imenso aos muçulmanos irem fazer as suas orações à mesquita", explica.

Cinco orações diárias

Aos muçulmanos é pedido que façam cinco orações diárias, sendo que podem ser feitas na Mesquita ou, por exemplo, em casa ou no trabalho - desde que sejam realizadas viradas para Meca.

O Islamismo acredita no nascimento de Jesus (celebrado no calendário cristão a 25 de Dezembro). Jesus é descrito no Corão como um profeta, mas não como filho único de Deus.

"Parece que nós nascemos inimigos e nascemos inimigos uns dos outros, mas não somos (...) há muita coisa semelhante, muita mesmo".

Há pontos comuns, mas na tradição dos presentes de Natal o imã explica as diferenças.

"As crianças muçulmanas estão nas escolas, ali toda aquela troca de prendas, ficam com alguma esperança (...) então os pais dizem: no Eid vais ter a tua prenda (...) mas a criança depois diz: pai nós não temos um Eid, temos dois".

Duas festas sagradas no ano

Eid significa festa: e há duas sagradas por ano. Uma no final do Ramadão (em 2025 acontece em Março), outra no final da peregrinação a Meca.

"Nesses dias oferecemos prendas não só aos mais carenciados (...) aos mais pequeninos, aos mais idosos (...) a tendência é o marido oferecer à mulher, oferecer à mãe, oferecer às irmãs (...) mas é normal um muçulmano que viva no ocidente... tem amigos não muçulmanos... entre eles haver essa troca de prendas, é normal às vezes nas empresas".

O calendário islâmico (que vai no século XV) é composto por 12 meses, com 29 ou 30 dias.

"Temos uma noite muito importante, que é a noite de Laylat Al Qadar, que é a noite de revelação do Alcorão, que é no mês de Ramadão (...) depois temos a noite de ascensão que o profeta fez, depois temos o dia do nascimento do profeta (...) é um dia marcante, e fala-se sobre a biografia do profeta, fala-se sobre a vida do profeta".

Num país onde é tão comum dizer "Bom Natal": o que costuma desejar um muçulmano?

"É comum os muçulmanos desejarem aos seus colegas festas felizes, que haja muita paz, que haja muita tolerância, que haja uma boa convivência".

Nos últimos Censos, em 2021, mais de 36 mil pessoas a viver em Portugal disseram ser muçulmanas.

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