O Presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, apresentou este sábado "sinceras desculpas" pela imposição da lei marcial, mas não se demitiu, poucas horas antes da votação parlamentar da destituição.
Há esta manhã duas grandes manifestações na Coreia do Sul, uns apoiam o Presidente, outros pedem a destituição de Yoon, que é votada este sábado no Parlamento.
À porta do Parlamento sul-corerano, manifestantes pedem a demissão do Presidente do país. Yoon Suk Yeol declarou a lei marcial na terça-feira. A decisão gerou uma onda de revolta. O edifício do Parlamento foi rodeado por centenas de pessoas em protesto, 190 deputados da oposição e também do partido no poder votaram a revogação do decreto presidencial. O Presidente acabou por voltar atrás na decisão, cerca de seis horas depois.
Numa breve mensagem transmitida pela televisão, Yoon anunciou que ia confiar ao seu partido a tarefa de adotar "medidas para estabilizar a situação política", incluindo sobre o mandato presidencial.
O Presidente sul-coreano prometeu também que não ia tentar declarar a lei marcial uma segunda vez.
Entretanto, esta manhã (hora local), o Parlamento sul-coreano anunciou que vai reunir-se às 17:00 (08:00 em Lisboa). Em primeiro lugar, vai votar um projeto de lei que nomeia um procurador especial para investigar as alegações de tráfico de influências que envolvem a mulher de Yoon e, em seguida, a destituição do Presidente sul-coreano.
Na sexta-feira, a votação tinha sido anunciada para as 19:00 (10:00 em Lisboa).
Para destituir Yoon é necessário o apoio de 200 dos 300 membros da Assembleia Nacional (Parlamento). Os partidos da oposição que apresentaram conjuntamente a moção de destituição têm 192 lugares.
Isso significa que precisam de pelo menos oito votos do Partido do Poder Popular de Yoon.
Na quarta-feira, 18 membros do PPP juntaram-se à votação que cancelou por unanimidade a lei marcial, menos de três horas depois de Yoon ter declarado a medida na televisão, chamando ao Parlamento controlado pela oposição um "antro de criminosos".
A votação decorreu num momento em que centenas de soldados fortemente armados cercavam a Assembleia Nacional, numa tentativa de perturbar a votação e, possivelmente, de deter políticos importantes.
Com Lusa