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Mais de um milhão de jovens alistaram-se no exército norte-coreano, garante Pyongyang

A Coreia do Norte, onde o longo serviço militar é obrigatório para todos os homens, já registou no passado vagas maciças de alistamento patriótico durante períodos de grande tensão com Seul ou Washington.

Uma imagem divulgada pela agência de notícias da Coreia do Norte mostra um encontro do Exército Popular da Coreia, em Pyongyang.
KCNA

Lusa

A Coreia do Norte afirmou, esta quarta-feira, que mais de um milhão de jovens se alistaram esta semana no exército, depois de Pyongyang acusar Seul de enviar 'drones' para território norte-coreano e ameaçar retaliar.

"Milhões de jovens juntaram-se à luta nacional para eliminar a escória da República da Coreia que cometeu uma grave provocação ao violar a soberania da República Popular Democrática da Coreia através da infiltração de um 'drone'", escreveu a agência de notícias oficial norte-coreana KCNA, referindo-se aos dois países pelos nomes oficiais.

De acordo com a KCNA, mais de 1,4 milhões de jovens, incluindo estudantes e líderes de ligas juvenis, voluntariaram-se na segunda e na terça-feira para se juntarem ao Exército Popular da Coreia.

A Coreia do Norte, onde o longo serviço militar é obrigatório para todos os homens, registou no passado vagas maciças de alistamento patriótico durante períodos de grande tensão com Seul ou Washington.

O regime norte-coreano queixou-se do envio de vários 'drones', desde outubro, que terão alegadamente lançado panfletos de propaganda com "rumores inflamatórios e disparates" sobre a capital.

Pyongyang responsabilizou Seul pelas ações e avisou que o envio de mais um 'drone' vai ser considerado "uma declaração de guerra".

Brigadas norte-coreanas "preparadas para abrir fogo"

No domingo, o Governo norte-coreano disse ter ordenado a oito brigadas de artilharia para estarem "totalmente preparadas para abrir fogo", além de ter reforçado os postos de observação aérea em Pyongyang.

O Ministro da Defesa sul-coreano, Kim Yong-hyun, negou qualquer envolvimento. No entanto, o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul (JCS) disse que "não podia confirmar se as alegações norte-coreanas eram verdadeiras ou não".

O envio poderá ter partido de grupos sul-coreanos que habitualmente enviam propaganda e dólares para o Norte, normalmente em balões, mas por vezes em pequenos 'drones' difíceis de detetar pelas defesas aéreas do Norte e do Sul, indicaram observadores.

As autoridades da província de Gyeonggi, que faz fronteira com a Coreia do Norte, vão designar as cidades fronteiriças de Yeoncheon, Gimpo e Paju "como zonas especiais de 'perigo' onde qualquer pessoa que tente enviar panfletos para o Norte pode ser investigada criminalmente", disse um funcionário à agência de notícias France-Presse.

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