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Mais de dois mil detidos na Venezuela desde as eleições: são sobretudo membros da oposição e adolescentes

Terminam esta sexta-feira, as audiências no Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela, no âmbito da auditoria ao processo eleitoral pedido por Nicolás Maduro. O presidente reeleito garantiu que ia estar presente e que iria entregar todas as atas eleitorais, respondendo ao pedido da oposição e de vários outros países. Na quinta-feira, centenas de pessoas estiveram juntas numa vigília, na capital venezuelana, pela liberdade dos cidadãos presos.

Catarina Neves

SIC Notícias

Uma vigília pela paz e pela liberdade daqueles que, na Venezuela, estão nas cadeias por motivos políticos. Desde que foi anunciada a vitória de Nicolás Maduro, há quase duas semanas, foram detidas mais de duas mil pessoas, número que o próprio confirma. São acusadas de terrorismo ou de qualquer forma terem tentado prejudicar o estado venezuelano.

Quando foi presa, a maior parte participava em manifestações ao lado da oposição a Nicolás Maduro. Entre os detidos estão dirigentes da oposição e pelo menos uma centena de adolescentes.

Alguns ativistas dizem que outros 300 estavam nas cadeias antes das eleições também por razões políticas. Garantem ainda que desde 29 de julho, pelo menos 16 jornalistas e defensores dos direitos humanos viram os passaportes anulados pelas autoridades.

Também a Amnistia Internacional publicou, esta sexta-feira, uma carta em que pede ao Tribunal Penal Internacional que acelere a investigação sobre eventuais violações de direitos humanos na Venezuela.

Maduro diz que 83% das atas divulgadas pela oposição são falsas

Na vigília de quinta-feira à noite, o campo de batalha estava cheio de velas e pedidos. O que também tem sido pedido no campo mais político, é que Nicolás Maduro mostre as atas eleitorais. Algo que o presidente reeleito da Venezuela prometeu fazer, esta sexta-feira, no Supremo Tribunal de Justiça onde chegou pela hora de almoço.

"Segundo a peritagem tecnológica que foi feita na página Web que publicaram, 83% dos documentos são falsos. (...) A Venezuela deve saber, essa página foi verificada ao mais alto nível tecnológico e 83% dos documentos são falsos", disse aos jornalistas à saída do Supremo.

Maduro acusa redes sociais de contribuir para clima de tensão

O opositor, Edmundo González, foi o único que não apareceu no Supremo que tem agora 15 dias para se pronunciar. Com o argumento de que a violência está a ser instigada também nas redes sociais, Maduro anunciou, na quinta-feira, que a rede social X (antigo Twitter) vai estar suspensa durante dez dias.

Nesta batalha, Maduro aponta armas a Elon Musk.

Na segunda-feira, o presidente da Venezuela já tinha dito que se retirava da plataforma de mensagens Whatsapp. Nessa altura, criticou as redes sociais por tentarem um "golpe ciberfascista criminoso", na sequência da contestação à reeleição.

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