Mundo

Venezuela "arrisca-se a ser um Estado pária, não reconhecido pela comunidade internacional"

O jornalista Rui Cardoso analisa a atualidade internacional, nomeadamente as eleições presidenciais na Venezuela e a troca de prisioneiros entre países ocidentais e a Rússia, "uma negociação que, quando é bem conduzida, ambos os lados ganham".

SIC Notícias

Os Estados Unidos reconhecem a vitória do candidato da oposição nas presidenciais da Venezuela, Edmundo Gonzalez; Brasil, Colômbia e México reforçam o pedido para a divulgação das atas eleitorais. Um situação de impasse que, enquanto o resultado eleitoral não puder ser verificado de forma independente "gera-se uma situação de impasse que arrisca-pôr a Venezuela como algo parecido com um Estado pária, não reconhecido pela comunidade Internacional", diz o jornalista Rui Cardoso.

Esta avaliação e parecer dos EUA agrava uma situação de impasse que só se resolverá se os resultados eleitorais forem auditados e houver uma verificação por instâncias nacionais, Nações Unidas ou organização dos Estados americanos, diz Rui Cardoso.

"A verdade é que oficialmente a apresentação detalhada dos resultados por parte das autoridades eleitorais venezuelanas não foi feita e, enquanto isso não for feito e não puder ser verificado de forma independente, gera-se uma situação de impasse que arrisca-se a pôr a Venezuela como algo parecido com um Estado pária, portanto, não reconhecido ou mal reconhecido pela comunidade Internacional".

Troca de prisioneiros entre o Ocidente e a Rússia

A Federação Russa e vários Estados ocidentais trocaram 26 presos, numa operação coordenada pela Turquia. Esta é já considerada a maior troca entre Moscovo e capitais ocidentes na era pós-soviética. O momento é importante mas não é ncessariamente uma nova postura de Vladimir Putin, considera Rui Cardoso.

"Isto é uma negociação em formato gigante, muito semelhante àquelas que ocorriam durante a Guerra Fria (...) Putin obteve uma coisa que para ele era crítica que era a libertação de Vadim Krasikov,".

Vadim Krasikov é o agente do Serviço Federal de Segurança (FSB) condenado a prisão perpétua na Alemanha pelo homicídio em 2019 de um oposicionista checheno. "Era a chave de toda esta toda esta jogada de xadrez, de um lado e de outro, era efetivamente a libertação deste homem, mas que é, de facto, um criminoso condenado pela justiça por um crime de sangue, em relação ao qual não havia rigorosamente a mínima dúvida".

"O lado bom disto é que permitiu libertar, além dos dois jornalistas, figuras importantes da oposição a Putin, (...) Uma negociação quando é bem conduzida, ambos os lados ganham, foi o que aconteceu".

Últimas