A Rússia anunciou esta segunda-feira o aprofundamento de relações com a Venezuela, depois da reeleição de Nicolás Maduro. Por todo o mundo levantam-se dúvidas sobre a legitimidade do processo eleitoral, com vários países a pedirem a divulgação das atas eleitorais. Em Portugal, o PCP felicita a vitória de Maduro e critica o que diz ser "manobras de ingerência" que colocam em causa os resultados.
A preocupação dos Estados Unidos é acompanhada pelo chefe da diplomacia Europeia. Josep Borrell pede transparência no processo eleitoral e quer ter acesso detalhado às atas eleitorais.
Uma posição subscrita por países como Itália ou Espanha. Mais cauteloso, o Brasil não toma para já posição. Diz apenas que aguarda os dados das mesas de voto porque são indispensáveis para uma eleição legitima.
O mundo divide-se em reações e Nicolás Maduro só tem recebido felicitações de países que há muito são aliados. Desde logo, a China, Irão, Cuba e Bolívia mas sobretudo, a Rússia.
Moscovo anuncia desde logo, o aprofundamento das relações com a Venezuela e Vladimir Putin lembra que o Presidente reeleito é sempre bem-vindo a solo russo.
Vladimir Putin felicitou Nicolás Maduro pela sua reeleição como chefe de Estado da Venezuela após as eleições de domingo, que já foram contestadas pela oposição do país.
Putin declarou ainda estar pronto para continuar o "trabalho construtivo conjunto" em questões relacionadas com as relações bilaterais e a agenda internacional, num telegrama dirigido a Maduro, anunciou o serviço de imprensa da Presidência russa.
"Lembre-se que será sempre bem-vindo em solo russo", sublinhou o Presidente russo.
A Rússia e a Venezuela mantêm laços estreitos. Maduro, que descreve Putin como o seu "irmão mais velho", garantiu que a reeleição do chefe de Estado russo, em março deste ano, foi "um bom presságio para o mundo".
PCP saúda reeleição de Maduro e repudia "manobras de ingerência nas eleições"
O Partido Comunista Português (PCP) considerou esta segunda-feira que as eleições na Venezuela "reafirmaram o apoio popular ao processo bolivariano", saudando a reeleição de Nicolás Maduro, e repudiou "manobras de ingerência" que procuram "colocar em causa o processo eleitoral e os seus resultados".
Em comunicado, os comunistas destacam que as eleições na Venezuela "constituíram uma importante jornada democrática, em que participaram milhões de venezuelanos e cujos resultados reafirmaram o apoio popular ao processo bolivariano".
Chega defende que eleições foram "uma fraude" e crítica declaração de Rangel
O líder do Chega, André Ventura, defendeu que as eleições na Venezuela foram "uma fraude" e criticou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, por uma declaração "vazia e medrosa", apelando a maior coragem do Estado português.
O Governo português pediu a verificação imparcial dos resultados das eleições presidenciais de domingo na Venezuela, nas quais o Presidente Nicolás Maduro reclamou vitória.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) "saúda a participação popular e considera ser necessária a verificação imparcial dos resultados eleitorais na Venezuela", lê-se numa mensagem publicada na rede social X.
"Só a transparência garantirá a legitimidade; apelamos à lisura democrática e ao espírito de diálogo. Acompanhamos sempre a comunidade portuguesa", sublinhou o MNE.