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Fações palestinianas assinam acordo de "unidade nacional" na China

As 14 fações palestinianas estão reunidas em Pequim desde domingo para discutir o futuro da Faixa de Gaza.Entre as organizações está a Fatah, a maior rival do Hamas.

Momento da assinatura do acordo entre as várias fações palestinianas.
PEDRO PARDO / POOL

SIC Notícias

Musa Abu Marzouk, membro do gabinete político do Hamas, anunciou hoje que o seu movimento assinou um acordo de "unidade nacional" com outras fações palestinianas, incluindo a rival Fatah, após uma reunião na China.

"Estamos empenhados e apelamos à unidade nacional", afirmou Marzouk, após a assinatura do acordo, em Pequim, comprometendo-se a acabar com a divisão e reforçar a unidade, visando a criação de um governo de "reconciliação".

Segundo a agência de notícias oficial Xinhua, as fações palestinianas estão reunidas na capital chinesa desde domingo, para discutir o futuro da Faixa de Gaza após a guerra.

O Hamas não deu mais pormenores sobre o acordo, anunciado após um encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, sugerindo uma mediação por parte da China.

"Os dois grupos palestinianos rivais, juntamente com 12 outras fações políticas, reuniram-se com o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, concluindo as conversações que tiveram início no domingo", lê-se numa nota difundida pela televisão estatal CCTV.

Os dois grupos assinaram a Declaração de Pequim sobre "o fim da divisão e o reforço da unidade palestiniana", segundo a CCTV.

EUA admitem possibilidade de cessar-fogo estar para breve

Embora o Hamas e a Fatah tenham dito várias vezes que iam trabalhar em conjunto, sem sucesso, a assinatura da declaração coincide com o facto de o Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, ter dito que um cessar-fogo entre Israel e o Hamas parece estar à vista.

O Hamas e a Autoridade Palestiniana tiveram várias rondas de conversações sobre a unidade desde que o Hamas expulsou as forças da Fatah de Gaza, numa violenta tomada do território em 2007.

Mas os esforços de unidade foram destruídos pela rivalidade entre fações e pela recusa do Ocidente em aceitar qualquer governo que inclua o Hamas, a menos que este reconheça expressamente Israel.

Domínio do Hamas será esmagado

O primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu já disse anteriormente que o objetivo passa por destruir o grupo Hamas, apoiado pelo Irão, e opõe-se a que este tenha qualquer papel na administração de Gaza após a guerra.

“Em vez de rejeitar o terrorismo, (o líder da Fatah) Mahmoud Abbas abraça os assassinos e violadores do Hamas, revelando a sua face. Na realidade, isto não acontecerá porque o domínio do Hamas será esmagado e Abbas estará a observar Gaza à distância. A segurança de Israel permanecerá exclusivamente nas mãos de Israel”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, no X, em reação à assinatura do acordo.

Com Lusa



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