Foi um dia de fortes ataques israelitas no sul da Faixa de Gaza. A meio da manhã, os bombardeamentos provocaram o caos em Al Mawasi, no sul da Faixa de Gaza.
“Estávamos sentados na tenda, não se passava nada e, de repente, um rocket caiu sobre nós e as crianças ficaram em pedaços”, descreve uma mulher.
Entre as centenas de vítimas do ataque estão muitas mulheres e crianças. Chegaram ao hospital de Khan Younis em estado grave e sem hipóteses de sobrevivência.
“Estamos a fazer o nosso melhor para salvá-los, mas - pela falta de capacidade, de ferramentas e máquinas e pelo encerramento da passagem - não conseguimos”, relata um médico em Gaza. “Isto é uma sentença de morte para os doentes e feridos.”
Entre os feridos, calcula o exército israelita, estará aquele que foi o alvo número um do ataque: o líder militar do Hamas, Mohammed Deif, que terá sido surpreendido à saída de um túnel, com o comandante do grupo em Khan Younis.
O Hamas nega a informação. E acusa o primeiro-ministro Netanyahu de não querer negociar o cessar-fogo.
A zona bombardeada é considerada oficialmente uma área humanitária. As tropas israelitas permitem a concentração dos civis deslocados pela atual ofensiva.
Em Al-Mawasi, junto a Khan Younis, calcula a ONU, estarão amontoados 1,5 milhões de pessoas em fuga da Cidade de Gaza, no norte do território.
"Isto são as áreas humanitárias de que fala Netanyahu? Não há zonas seguras”, diz um cidadão de Gaza. “Fui deslocado 12 vezes, esta deveria ser a zona mais segura!”, desabafa outro.
Este sábado, houve também bombardeamentos israelitas no centro e norte do enclave, a prédios já em ruínas onde dormem ainda muitos civis.
O ministério da Saúde controlado pelo Hamas fala em quase 38.500 mortos na Faixa de Gaza, desde o início da guerra.