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Reviravolta em França: coligação de esquerda vence, extrema-direita é a grande derrotada

A coligação de esquerda Nova Frente Popular venceu este domingo a segunda volta das eleições legislativas em França, mas sem maioria absoluta. A grande surpresa da noite é a derrota da extrema-direita.

Carolina Botelho Pinto

SIC Notícias

A coligação de esquerda Nova Frente Popular venceu esta noite a segunda volta das eleições francesas, com a coligação presidencial Ensemble a ocupar o segundo lugar e, para grande surpresa, o União Nacional (extrema-direita) a ficar em terceiro lugar, depois de ter vencido a primeira volta, na semana passada.

O que dizem as projeções:

  • Nova Frente Popular (NFP, coligação de esquerda) - 184 a 186 deputados
  • Juntos (Ensemble, coligação presidencial) - 160 a 162 deputados
  • União Nacional (RN, extrema-direita) - 141 a 143 deputados

Na primeira volta, a 30 de junho, o União Nacional conseguiu vencer pela primeira vez as eleições legislativas, ao obter 33,1% dos votos. Apesar de sair derrotado na segunda volta, ao ficar longe do poder, o partido de extrema-direita deverá conseguir um número histórico de deputados eleitos.

Marine Le Pen afirmou que a vitória do seu partido ficou "apenas adiada" e acusou Macron de conduzir França a uma situação “insustentável”. Bardella lamentou os “arranjos eleitorais” que lançaram França "para os braços da extrema-esquerda".

E agora? Quem vai governar?

Sem atingir a marca dos 289 deputados, sinónimo de maioria absoluta, ou mesmo sem se aproximar dela, nenhum dos blocos partidários está em condições de formar um governo sozinho.

Mélenchon, líder da França Insubmissa (principal partido da coligação vencedora), afirmou esta noite que Emmanuel Macron “tem o dever” de convidar o bloco a formar Governo.

Mas o Palácio do Eliseu já disse que Emmanuel Macron vai esperar pela nova composição da Assembleia Nacional francesa para “tomar as decisões necessárias”. O Presidente não vai nomear um primeiro-ministro para já e Macron pede “contenção” face aos resultados, ainda provisórios.

A próxima semana será marcada por uma série de negociações para os principais cargos da Assembleia Nacional francesa, antes da abertura da nova legislatura a 18 de julho.

[Notícia atualizada às 23:50]

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