A prestação de Joe Biden no debate contra Donald Trump, esta quinta-feira, deixou muitas dúvidas e preocupações entre os democratas. O atual Presidente norte-americano candidata-se a um novo mandato, nas eleições que acontecem em novembro, e garante que tenciona ganhá-lo. Mas na opinião pública e dentro do próprio Partido Democrata já são cada vez menos os que acreditam que vá mesmo acontecer.
O facto de Biden não ter conseguido, durante o debate frente a Trump, finalizar as frases que proferia e terminar raciocínios está a levantar, novamente, a questão da idade do atual Presidente – que completa 81 anos em novembro – e do atual estado de saúde deste.
Muitos pensam que Joe Biden já não estará em condições para liderar os Estados Unidos da América e fala-se mesmo na hipótese de este ser substituído na corrida à Casa Branca ou até de renunciar ao cargo.
Sim, isso mesmo. O próximo candidato presidencial do Partido Democrata pode, no limite, nem sequer ser Biden – que, formalmente, ainda nem foi escolhido como tal. A oficialização só acontece na Convenção Nacional dos Democratas, que acontece, em Chicago, entre 19 e 22 de agosto.
Na imprensa internacional, avança-se já até com nomes de possíveis substitutos para Joe Biden (note-se que, para tal acontecer, a iniciativa de desistir teria de vir do próprio, permitindo aos delegados democratas escolherem outro nome). Ojornal The Guardian aponta seis nomes que podem representar o Partido Democrata nas próximas eleições (se algum deles tem a mínima hipótese contra o poderio mediático e a estratégia de desinformação de Donald Trump, essa já é outra conversa).
Os potenciais substitutos
Kamala Harris
Tem 59 anos, vem da Califórnia e é a atual vice-presidente dos EUA, na administração Biden – o que a torna, claramente, a substituta mais óbvia. O problema? É que Kamala Harris regista níveis de popularidade assustadoramente baixos entre os norte-americanos. Não conseguiu afirmar-se na cena política enquanto vice-presidente, o que gera dúvidas sobre o eventual desempenho que teria se fosse ela própria candidata a presidente.
Gavin Newsom
Tem 56 anos e também vem da Califórnia, sendo o atual governador daquele estado norte-americano. Afirma que substituir Biden na corrida é “especulação sem sentido”, mas a verdade é que é tido como umas das personalidades mais bem colocadas para protagonizar essa substituição. Tem um passado no apoio a eleições democratas fora do próprio estado norte-americano, o que tem sido visto como uma “campanha-sombra” para um futuro lugar na Casa Branca.
J. B. Pritzker
Jay Robert - ou J. B., como é conhecido – tem 59 anos e, apesar de ter nascido na Califórnia, é o governador do estado do Illinois. Rivalizaria com Donald Trump no estatuto de candidato milionário, uma vez que os Pritzkers têm estado nos tops das listas da Fobers sobre as famílias mais ricas da América (para dar uma ideia, são donos da cadeia de hóteis Hyatt). Em termos políticos, é um forte defensor do direito ao aborto, da legalização da marijuana e do controlo das armas de fogo.
Gretchen Whitmer
Tem 52 anos e vem do Michigan, estado norte-americano de que é governadora. Podia ter sido a vice-presidente de Biden, na campanha presidencial de 2020 (esteve muito próxima disso), mas o lugar acabou por ir para Kamala Harris. É vista como um dos mais fortes ativos do Partido Democrata. Em termos políticos, além do direito ao aborto e do controlo das armas de fogo, defende a universalidade da educação pré-escolar.
Sherrod Brown
Tem 71 anos e vem do Ohio, sendo senador sénior daquele estado norte-americano. É o mais velho entre os candidatos alternativos a Biden – mesmo assim, é uma década mais novo. Tem como principal bandeira política os direitos dos trabalhadores e a proteção laboral, mas também entra no campo de direitos das mulheres como o aborto e a fertilização artificial.
Dean Phillips
Tem 55 anos, vem do Minnesota, e é membro da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos – e, segure-se Trump, é também tido como um dos mais ricos. Foi adversário de Biden nas primárias do Partido Democrático, este ano, e conseguiu uma forte base de apoio – mas não a suficiente para ganhar a corrida ao atual presidente norte-americano.