Stella Assange, a mulher do fundador do WikiLeaks, disse estar confiante de que o marido não vai voltar para a prisão. Preso desde 2019 em Londres, Julian Assange foi libertado esta segunda-feira, depois de chegar a acordo com o Governo dos Estados Unidos.
Num vídeo gravado junto à prisão de Belmarsh, no Reino Unido, Stella Assange afirmou que esta era “um novo capítulo” e disse acreditar que o fundador da WikiLeaks será livre a partir de agora.
Julian Assange aceitou declarar-se culpado de conspiração para obter e divulgar ilegalmente informações confidenciais da defesa nacional dos Estados Unidos, num acordo com a justiça norte-americana.
O homem de 52 anos deverá ser presente a tribunal, na quarta-feira, nas Ilhas Marianas, território norte-americano no Oceano Pacífico, onde se vai declarar culpado do crime de conspiração. A confissão terá depois de ser aprovada por um juiz.
Após a audiência, o cidadão australiano poderá então regressar à Austrália.
Esteve 7 anos na embaixada do Equador
Assange estava detido em Belmarsh, no leste da capital britânica desde 2019, altura em que foi detido, após sete anos de reclusão na embaixada do Equador em Londres, onde se refugiou para evitar ser extraditado para a Suécia, onde era acusado de violação.
Desde então que os EUA tentavam a extradição de Assange, acusado de 18 crimes de espionagem e de intrusão informática pela divulgação no portal WikiLeaks de documentos confidenciais, que em 2010 e 2011 expuseram violações de direitos humanos cometidas pelo exército norte-americano no Iraque e no Afeganistão.
Washington queria julgar Assange pela divulgação de mais de 700 mil documentos secretos e estava acusado pelas autoridades norte-americanas ao abrigo da Lei de Espionagem de 1917, enfrentando uma possível pena de até 175 anos de prisão.
Em 20 de maio, o Tribunal Superior de Londres tinha autorizado Assange a recorrer da ordem de extradição do Reino Unido para os Estados Unidos da América.
Com Lusa