Até ao final do ano passado, 117 milhões de pessoas foram deslocadas à força, vítimas de perseguições, guerras e violações dos direitos humanos.
Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, 43 milhões têm necessidade de proteção internacional. Sendo que 75% dos refugiados foram acolhidos por países de baixo e médio rendimento.
A ilha de Aruba, no sul do mar do Caribe, e o Líbano acolheram o maior número de refugiados.
Falando por ocasião do Dia Mundial do Refugiado, que se comemora esta quinta-feira, Vasco Malta, responsável pelo escritório português da Organização Internacional das Migrações (OIM) em Portugal explicou que no caso português, a "OIM tem estabelecido protocolos de colaboração com o Estado português desde 2018" e, desde então, "conseguiu, de uma forma humana e digna, ajudar a trazer para Portugal 1297 pessoas, que procuraram refúgio do nosso país e que tiveram uma oportunidade em reiniciar o seu projeto de vida".
A OIM identificou os refugiados, tratou dos processos e assegurou exames médicos prévios.
A organização, explicou Vasco Malta "reúne-se com estas pessoas durante alguns dias, explica-lhes como é a cultura em Portugal, o que vão encontrar, em que cidade vão viver e, portanto, faz a ponte entre aquela que era a realidade destas pessoas antes de chegarem a Portugal".
"É importante destacar que o processo de asilo é sempre um processo individual", porque "ninguém nasce refugiado" e é necessário analisar cada caso, à luz da Convenção de Genebra e dos mecanismos de proteção internacional.
"As normas do requerente de asilo servem, primeiro que tudo, para proteger as pessoas que fogem de forma legítima relativamente a perseguições que são vítimas" e trata-se de um mecanismo que deve ser considerado excecional, concluiu ainda o responsável da OIM.
A representação portuguesa do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) diz que é importante o debate sobre o acolhimento de refugiados, mas considera que é necessária uma maior sensibilização para o tema.
Em entrevista à SIC Notícias, Joana Feliciano, responsável ACNUR Portugal, pediu atenção às condições de vida de quem procura refugio.
Com Lusa