O Ministério russo da Defesa propôs uma retificação das fronteiras das águas do Mar Báltico que pertencem à Rússia, de acordo com um projeto de decreto governamental, que está a gerar revolta na Finlândia.
Segundo o projeto de decreto, o Ministério propõe que se ajuste a fronteira das águas que envolvem as ilhas russas na parte oriental do Golfo da Finlândia e a fronteira marítima de Kaliningrado.
A agência Reuters avança com um resumo do projeto de decreto lançado pelos russos, onde expressam a sua vontade de mudar. “A passagem da fronteira estatal da Federação Russa no mar mudará”, refere o documento.
Se o decreto for aprovado, entra em vigor em janeiro de 2025. Para justificar a mudança das fronteiras, o Kremlin afirma que uma medição anterior feita pela antiga União Soviética, em 1985, usava cartas náuticas de meados do século XX e, por isso, as fronteiras antes delineadas podem não corresponder ás coordenadas cartográficas modernas, defendem.
No projeto de decreto não fica claro como seria feito o ajuste da fronteira e que tipo de consultas houve com os restantes países banhados pelo Báltico.
Finlândia condena decreto
“As autoridades finlandesas estão a investigar informações veiculadas nos meios de comunicação russos sobre a definição de zonas marítimas no Golfo da Finlândia”, disse o Presidente finlandês, Alexander Stubb. "O Governo está monitorizar a situação de perto. A Rússia não tem mantido contato com a Finlândia sobre o assunto. A Finlândia age como sempre: com calma e com base em factos."
A ministra das Relações Exteriores da Finlândia, Elina Valtonen, afirma que a Rússia deve cumprir a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, que estabelece as fronteiras marítimas de cada país, e parar de espalhar "confusão".