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SpaceHopper: o robô que salta para explorar o espaço

Um grupo de investigadores da Suíça está a desenvolver um robô concebido para se deslocar num corpo celeste onde a gravidade impede a locomoção na superfície ou onde não existe atmosfera para possibilitar o voo.

Catarina Solano de Almeida

Ana Isabel Pinto

Com o crescente interesse nos minerais e recursos raros que podem estar presentes nos asteroides, também se reconhece que a exploração em ambientes de gravidade extremamente baixa apresentará desafios únicos no futuro.

Um grupo de investigadores da Suíça está a desenvolver um robô especialmente concebido para se deslocar numa lua ou planeta onde a gravidade é insuficiente para a locomoção na superfície ou onde não existe atmosfera para possibilitar o voo.

A solução? Saltar. O SpaceHopper foi concebido para superar a baixa gravidade, utilizando o salto como método de deslocação.

"A locomoção em corpos com baixa gravidade, como asteroides ou luas, é bastante difícil, especialmente para sistemas de rodas convencionais", explica Philip Arm, estudante de robótica na ETH Zurich.

Por isso, surgiu a ideia de utilizar um robô que salta, que utiliza as pernas tanto para saltar como para controlar a sua orientação durante o salto, simulando um voo controlado neste ambiente desafiante.

A equipa testou o SpaceHopper em condições de gravidade zero durante um voo parabólico com a Agência Espacial Europeia, replicando as condições de microgravidade encontradas num corpo celeste de pequenas dimensões.
As suas três pernas, cada uma com três graus de liberdade, representam a solução ideal para saltar em ambientes de baixa gravidade e facilitam o movimento em todas as direções.
Nove motores permitem que os seus saltos cubram grandes distâncias, ao mesmo tempo que controlam a sua orientação no ar antes de efetuarem uma aterragem controlada e se endireitarem novamente.
"Basicamente, é como um gato a saltar. Utiliza as pernas e a sua inércia para manter o corpo na vertical, ou tenta posicionar o corpo de forma a garantir uma aterragem segura", explica Arm.
A equipa acredita que existem razões para explorar asteroides para além das comerciais, incluindo a possibilidade de descobrir pistas sobre as origens do sistema solar.

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