Israel e Estados Unidos vão discutir os planos para a operação militar israelita em Rafah. A reunião acontece em Washington na próxima semana. Netanyahu voltou ontem a afirmar que uma operação militares em Rafah é inevitável, pelo que estará afastada a hipótese de Biden impedir a intervenção israelita, mas poderá “obrigar Israel a só o fazer quando tiver um plano claro de proteção dos civis, é essa a questão”, diz o comentador da SIC.
“Há uma clara divergência entre Biden e Netanyahu, entre Washington e Telavive sobre como o fazer. Netanyahu continua a dizer que para a vitória total para eliminar a ameaça militar do Hamas, tem que eliminar os quatro batalhões do Hamas que estão em Rafah e Biden continua a dizer que Israel neste momento não tem condições para o fazer e por isso é uma vitória para Biden que haja uma delegação israelita com especialistas militares na próxima semana em Washington”.
A anteceder esses encontros da próxima semana, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, vai regressar ao Médio Oriente esta semana para integrar as negociações para um cessar-fogo entre Israel e o Hamas e assegurar a libertação de reféns.
“Mostra que Washington continua a empenhado num novo acordo, não necessariamente num cessar-fogo permanente - que Israel não aceita e até agora Estados Unidos também não -, mas num acordo que permita a maior suspensão de armas desde 7 de Outubro, de várias semanas, e que obrigue o Hamas a libertar quase metade dos reféns vivos. Falta saber se o Hamas aceita isso tem condições sequer de mostrar quem são esses reféns”.
“É uma sinalização política porque, ao ir ao Egito e à Arábia Saudita, Blinken está a mostrar que os Estados Unidos estão cada vez mais a preparar uma pós-operação militar israelita em Gaza, a preparar uma solução política, algo que Netanyahu não tem. Netanyahu insiste numa mensagem militar, mas não tem solução política”.
O conflito na Ucrânia
Os Estados Unidos garantem que não vão deixar cair Kiev, mesmo com o impasse político interno para aprovar internamente a ajuda à Ucrânia.
“Apesar do impasse grave que permanece no Congresso (…) Biden não vai desistir” de fazer aprovar a ajuda à Ucrânia.