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Presidenciais na Rússia foram "uma fantochada"

Pedro Cordeiro, editor de Internacional do Expresso, faz o rescaldo das presidenciais na Rússia e analisa os últimos desenvolvimentos no conflito do Médio Oriente.

Pedro Cordeiro

SIC Notícias

Antony Blinken vai deslocar-se novamente ao Médio Oriente para reforçar as negociações para um acordo entre Israel e o Hamas. Em discussão está uma pausa humanitária, a libertação de reféns, a entrada de mais ajuda, em Gaza e ainda discussão de um plano de pós-guerra na região. É a sexta vez que o secretário de estado norte-americano visita a região, desde o massacre de 7 de outubro. Pedro Cordeiro, editor de Internacional do Expresso, analisa os últimos desenvolvimentos no conflito do Médio Oriente e as presidenciais na Rússia, as quais considera que foram "uma fantochada", “uma encenação em que um ditador se faz aparentemente reeleger numa eleição, cujos resultados já estariam à partida decididos”.

Sobre a visita Blinken ao Médio Oriente, Pedro Cordeiro diz que se trata de “um esforço que não tem cessado desde outubro da parte do do Governo dos Estados Unidos, à medida também que a opinião pública, que na América é extremamente unida em torno de Israel, começa ao mesmo tempo a escandalizar-se com o grau de sofrimento dos civis de Gaza e da aparente falta de cuidado e de proteção”.


A postura Internacional tem mudado desde 7 de outubro. Os Estados Unidos, tradicional aliado de Israel, têm exercido agora cada vez mais pressão sobre a forma como o Governo de Netanyahu está a atuar sobre os civis. E a estas vozes críticas junta-se também a da União Europeia.

“Não deteto neste momento no Governo de Israel e no seu primeiro-ministro nem consideração por esta pressão, nem sequer preocupação com os civis de Gaza. Temos um Governo em Israel que liga um partido de centro-direita com várias outras forças, entre forças ultraortodoxas e também forças de extrema-direita, que queriam basicamente limpar o território de palestinianos. E Netanyahu é um homem que joga apenas a sua sobrevivência política. Não há nenhuma consideração para Netanyahu que esteja acima de salvar a sua própria pele e é isso que também ajuda a que se empenhe tanto em perpetuar a guerra, sem querer ouvir os aliados”, explica Pedro Cordeiro.

O editor de internacional do Expresso sublinha que “com o passar do tempo e com as imagens que vão chegando de Gaza, vai-se esgotando um capital de simpatia por Israel, por ter sido vítima de um horrível ataque terrorista, de uma organização extremista que também não quer saber dos civis palestinianos”.

Rescaldo das eleições na Rússia

Vladimir Putin obteve o seu quinto mandato com mais de 87% dos votos, um número recorde nas eleições presidenciais, segundo a Comissão Eleitoral Central da Rússia. No rescaldo deste escrutínio, Pedro Cordeiro diz que foi “uma encenação em que um ditador se faz aparentemente reeleger numa eleição cujos resultados já estariam à partida decididos, aliás, não andarão muito longe do que o do que o seu porta-voz tinha anunciado aqui há uns meses”.

“Nada ali tem credibilidade, visa apenas reforçar o poder de Putin, eternizar-se até que um dia morra. Provavelmente é isso que quer, ficar no poder até ao fim da vida, e para poder dizer que o povo russo sufragou livremente, até nas regiões ocupadas da Ucrânia, a sua recondução para mais um mandato. É uma fantochada, não tem outro nome”, conclui.

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