O chefe da diplomacia europeia não tem meias palavras e acusa o governo de Netanyahu de bloquear a entrada de ajuda humanitária em Gaza. Esta não é a posição da União Europeia, mas à falta de um consenso a 27 para endurecer a pressão sobre Israel, Josep Borrell carrega nas críticas, durante o fórum humanitário europeu.
“Sim, a fome é utilizada como arma de guerra”, disse Josep Borrell.
Acusações, entretanto, rejeitadas pelo chefe da diplomacia israelita, que pede também a Josep Borrell que pare de atacar Israel. Mas o espanhol ainda tinha mais um recado à entrada para a reunião de ministros dos negócios estrangeiros dos 27.
“Antes da guerra, Gaza era a maior prisão a céu aberto. Hoje é o maior cemitério a céu aberto”.
Espanha quer rever o acordo de associação entre Israel e a União Europeia, Berlim já admite o apelo a um cessar-fogo em Gaza e há, finalmente, acordo político para avançar com sanções a colonos israelitas violentos na Cisjordânia.
Mas para ir mais longe na pressão a Israel, é preciso uma decisão dos líderes, que se reúnem na quinta-feira. Quanto à posição de Portugal, volta a ser reiterada na última reunião de João Gomes Cravinho.
Ucrânia
Esta segunda-feira, a diplomacia europeia olhou também para o resultado das eleições russas. E nesta questão, o consenso é bem maior.
O pacote de 5 mil milhões de euros para aumentar a ajuda militar a Kiev está fechado e deverá também avançar um pacote de sanções contra indivíduos ligados à morte de Alexei Navalny.