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Exército reivindica morte de responsável do Hamas em hospital de Gaza

Israel atacou o hospital de Al-Shifa, o maior da Faixa de Gaza e um dos poucos a funcionar. As forças isrealitas asseguram que estava a ser usado pelo Hamas, mas o movimento palestiniano desmente.

O Exército israelita reivindicou a morte do chefe do departamento de segurança interna do movimento islamita Hamas durante a incursão desta madrugada no hospital Al Shifa, na cidade de Gaza, norte do enclave palestiniano.

Em paralelo, o gabinete de imprensa das autoridades de Gaza, controladas pelo Hamas, acusou militares israelitas do espancamento e detenção de diversos jornalistas no interior deste hospital, e considerou que o Exército israelita "tem total responsabilidade sobre a segurança e a vida dos trabalhadores dos 'media' que levou para destino desconhecido".

De acordo com responsáveis militares israelitas, "as forças de segurança mataram o chefe de departamento de segurança interna do Hamas", Faaq Mabhu, após os serviço de informações terem referido "a presença de altos cargos do Hamas" nas instalações.

Os militares dizem que ", Faaq Mabhu foi morto "numa troca de disparos" no interior do complexo hospitalar onde "trabalhava para promover atividades terroristas", antes de sublinhar que "era responsável, entre outras coisas, de sincronizar os mecanismos do Hamas na Faixa de Gaza em rotinas e combates".

O comunicado das autoridades de Gaza revela que os militares "prenderam um grupo de jornalistas e trabalhadores dos 'media' que faziam a cobertura da agressão israelita no interior do hospital Al Shifa e relatando o sofrimento do povo palestiniano, dos feridos, dos doentes e dos famintos".

"Condenamos nos termos mais firmes estas flagrantes violações cometidas pelo Exército de ocupação", prossegue o comunicado, antes de também responsabilizar os Estados Unidos e a comunidade internacional pela segurança destes jornalistas.

O texto emite ainda um apelo às organizações internacionais dos 'media', incluindo a Federação internacional de jornalistas (FIJ) que "exerçam todas as formas de pressão sobe a ocupação para que termine a sua guerra genocida" e denunciou que desde o início do atual conflito israelo-palestiniano, em 7 de outubro passado, já foram mortos 135 jornalistas.

Algumas horas antes, o porta-voz do Exército israelita, Daniel Hagari, tinha anunciado uma "operação precisa" no hospital Al Shifa, o maior complexo hospitalar da Faixa de Gaza, alegando que possuir informações dos serviços secretos sobre o uso do edifício por destacados terroristas do Hamas, e ainda precisar que "a guerra é contra o Hamas e não contra o povo de Gaza".

Em resposta, as autoridades da Faixa de Gaza acusaram o Exército israelita de cometer "flagrantes crimes de guerra" na sua incursão militar", e com o Hamas a afirmar que os militares "atacam diretamente os edifícios do hospital, sem preocupação pelos doentes, os médicos ou os deslocados que estão no seu interior".

Nesse dia, 1.139 pessoas foram mortas, na sua maioria civis mas também perto de 400 militares, segundo os últimos números oficiais israelitas. Cerca de 240 civis e militares foram sequestrados, com Israel a indicar que mais de 120 permanecem na Faixa de Gaza.

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