Em 2014, a Praça Maidan em Kiev, capital da Ucrânia, foi o epicentro de uma série de protestos e confrontos violentos que ficaram conhecidos como "Euromaidan" ou "Revolução Ucraniana".
Os protestos começaram em novembro de 2013 quando o Governo ucraniano liderado pelo Presidente pró-russo Viktor Yanukovych decidiu suspender um acordo de associação com a União Europeia (UE) em favor de uma maior aproximação com a Rússia, juntando-se à União Aduaneira Eurasiática.
A decisão gera uma onda de protestos de apoiantes da integração europeia. Os manifestantes na Praça Maidan exigiam reformas políticas, maior transparência, fim da corrupção e uma viragem política em direção à integração europeia. No entanto, os protestos rapidamente se tornaram mais amplos, refletindo insatisfações profundas com o governo, a corrupção e a sua relação com Moscovo.
Os protestos cresceram em escala e intensidade ao longo dos meses seguintes, com confrontos frequentes entre os manifestantes e as forças de segurança. Em fevereiro de 2014, a situação atingiu um ponto crítico quando os confrontos escalaram para níveis extremamente violentos, resultando na morte de mais de 100 manifestantes e policiais.
2014: a queda de Yanukovich e anexação da Crimeia
Em fevereiro de 2014, Yanukovich foge do país quando enfrentava um processo de destituição e acaba por se refugiar na Rússia. No mês seguinte, a Rússia anexa a península da Crimeia, no sudeste da Ucrânia.
Em abril, separatistas com apoio de Moscovo declaram a independência das repúblicas de Lugansk e de Donetsk, na região oriental ucraniana do Donbass, iniciando uma guerra que provoca 14 mil mortos em oito anos.
Em maio, o empresário Petro Poroshenko ganha as eleições presidenciais com uma agenda pró-ocidental. Menos de um mês depois, os líderes da Ucrânia, Rússia, França e Alemanha criam uma plataforma de diálogo para tentar resolver a guerra no Donbass, conhecida por Formato Normandia.
2015: Acordos de Minsk
Em 2015, o Presidente ucraniano recém-eleito reúne-se com Putin em França. O encontro acontece por ocasião dos 70 anos da invasão da Normandia.
Depois de longas conversações, é em Minsk, capital da Bielorrússia, que se chega a acordo para pôr fim à guerra. Sob mediação franco-alemã, é assinado um plano de paz entre Rússia e Ucrânia.
O tratado é subscrito também pelas Repúblicas Populares de Donetsk e de Lugansk. O acordo impunha cessar-fogo imediato, mas a paz nunca viria a ser alcançada.
2018-2019: Zelensky promete pôr fim ao conflito
Em 2019, o comediante Volodymyr Zelensky vence as presidenciais na Ucrânia e promete acabar com o conflito no leste do país.
Uma cimeira começa a ser preparada pelo Presidente francês Emmanuel Macron e pela chanceler alemã Angela Merkel.
Em dezembro de 2019, os líderes de Kiev e Moscovo sentam-se à mesma mesa. No encontro em Paris, Putin acusa Zelensky de não cumprir os Acordos de Minsk. O Presidente russo recusa voltar a reunir-se com o homólogo ucraniano.
2020-2021: a ameaça de invasão russa
No ano seguinte, o Presidente russo vence o referendo que o autoriza a ficar no poder até 2036. Cerca de 73% dos eleitores votam a favor da reforma que dá mais 12 anos de poder a Vladimir Putin.
Em 2021, a Rússia envia milhares de soldados para regiões próximas da fronteira, o maior contingente desde 2014. Volta a aumentar a tensão na área de Donbass.
Os EUA avisam que Moscovo quer aumentar a presença militar no leste da Ucrânia com o objetivo de invadir o país e começam as diligências diplomáticas que juntam responsáveis norte-americanos e russos.
A Ucrânia reúne-se também com a NATO para debater a possível adesão de Kiev à Aliança Atlântica.
Putin acusa o Ocidente de exacerbar tensões ao “entregar armas modernas a Kiev e conduzir exercícios militares provocatórios” no Mar Negro. O Presidente russo exige que o país vizinho não se torne membro da NATO.
Numa cimeira virtual, Biden avisa que a Rússia será alvo de sanções económicas duras se invadir a Ucrânia.
2022: Rússia inicia invasão em grande escala
A 24 de fevereiro, a Rússia inicia uma invasão em grande escala da Ucrânia.\