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Dois anos de guerra na Ucrânia: a morte Prigozhin, o cozinheiro de Putin

Conhecido como o cozinheiro de Putin, Prigozhin ajudou a criar um grupo de mercenários responsável pelos trabalhos mais sujos a que as chefias militares não queriam estar associadas.

Aurélio Faria

Em dois anos de guerra na Ucrânia, é incontornável falar de Yevgueni Prigozhin. De herói do Kremlin e comandante de forças decisivas na Ucrânia, o chefe dos mercenários do grupo Wagner passou a figura maldita do regime e a líder da revolta militar contra Putin. Morreu na explosão a bordo do seu avião pessoal.

Os momentos finais foram captados por populares, ao registaram explosões antes do avião se despenhar no solo.

Morreu dois meses depois de lançar a primeira e única revolta militar contra o regime de Vladimir Putin.

Coluna militar travada a 200 quilómetros de Moscovo

A 24 de junho de 2023 as tropas Wagner entraram, ainda de noite, em Rostov e ocuparam, sem grande resistência, a cidade onde está instalado o quartel-general da guerra na Ucrânia

A coluna militar foi travada a 200 quilómetros de Moscovo e a rebelião batizada de marcha pela justiça e contra o mal terminou com um acordo de amnistia.

Nos meses anteriores, Prigozhin culpava a hierarquia militar pelas mortes dos seus homens no leste da Ucrânia, exigindo mesmo a demissão do ministro da Defesa Sergei Shoigu.

Na batalha de Bakhmut, acusou Moscovo de falta de equipamento e de munições, de burocracia e descoordenação na ofensiva para conquistar esta cidade do Donbass.

Grupo de mercenários Wagner

Conhecido como o cozinheiro de Putin, Prigozhin ajudou a criar um grupo de mercenários responsável pelos trabalhos mais sujos a que as chefias militares não queriam estar associadas.

Estava já na lista dos procurados pelo FBI como suspeito pelas interferências nas eleições norte-americanas de 2016 que deram a vitória a Trump

Recrutou milhares de soldados nas prisões para colmatar as baixas do exército russo.

Conseguiu a conquista de cidades como Soledar e Bakhmut, numa das batalhas mais sangrentas deste conflito.

De cozinheiro de Putin a protagonista durante a guerra

Começou a ganhar protagonismo em 2014, quando ajudou Moscovo a anexar a Crimeia e a alimentar indiretamente a guerra no Donbass.

A influência estendeu-se depois a países como a Síria, a Líbia e a República Centro Africana, onde os combatentes Wagner deixaram um rasto de suspeitas de crimes de guerra.

Com a morte de Prigozhin, dizem fontes dos serviços ocidentais de informações, pelo menos 25 mil combatentes foram obrigados a jurar lealdade ao Kremlin, e estarão ainda destacados nas linhas da frente da guerra da Ucrânia.

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