O exército ucraniano anunciou o recuo das tropas a sul de Avdiivka, no leste da Ucrânia, palco de intensos combates. Os Estados Unidos tinham já admitido que a Ucrânia pode estar prestes a sofrer uma pesada derrota.
A hierarquia militar justificou a retirada afirmando que a prioridade é a preservação da vida dos soldados.
O comandante do grupo estratégico operacional Tavria assegura que não há ucranianos cercados e que a retirada de posições em Avdiivka provocou poucas baixas.
A terceira brigada de assalto, enviada para reforçar o destacamento e que, horas antes, classificava a situação de infernal, relata intensos combates com pelo menos 15 mil militares russos.
Avdiivka tornou-se um reduto militar ucraniano após a perda de Donetsk em 2014, mas foi dizimada pelos mais recentes combates.
Nas últimas semanas as forças russas têm estado a conseguir avanços.
Controlar a cidade não é apenas simbólico para Putin, a dias de se assinalarem dois anos da invasão e com eleições em Março.
Além da primeira vitória assinalável desde a tomada, em maio, de Bakhmut, permitiria criar corredores logísticos para abastecer uma parte importante da linha da frente.
No terreno a capacidade ofensiva foi dramaticamente reduzida desde novembro, com os combatentes ucranianos a ter que racionar munições e em desigualdade numérica em relação aos russos.
Com a nova mobilização geral pendente, o recrutamento é sobretudo voluntário e para unidades de elite.
O que se explica também pela falta de munições, depois da ajuda norte-americana ter falhado.
Uma necessidade imperativa reafirmada pelo presidente ucraniano na assinatura, em Berlim, de um acordo bilateral de segurança com a alemanha
O acordo assegura apoio financeiro e militar a longo prazo.
Antes de participar na 60 ª Conferência de Segurança de Munique, Zelensky encontra-se com Emmanuel Macron em Paris, (este sábado) para a assinatura de um acordo semelhante.