O secretário-geral da NATO defendeu esta sexta-feira que é essencial apurar todos os factos sobre a morte de Alexei Navalny e deixou um aviso: a Rússia “tem vindo a tornar-se mais autoritária” na opressão sobre os opositores. Outros líderes europeus e personalidades políticas dos EUA também já se pronunciarem acerca do sucedido.
Jens Stoltenberg lamentou a morte do crítico do Kremlin, “homem que lutou pela democracia e liberdade durante tantos anos”, e enviou condolências para a sua família, lembrando que os aliados da NATO vinham a pedir a libertação de Navalny “há muito tempo”.
“O que temos vindo a ver é que a Rússia tem vindo a tornar-se mais autoritária na sua opressão aos opositores. Continuarei a insistir para que a Rússia esclareça tudo”, disse.
Kremlin é “único responsável” por “morte trágica”
O Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse esta sexta-feira que a União Europeia responsabiliza a Rússia pela morte de Navalny: “O regime russo é o único responsável por esta morte trágica”, disse. Recordou ainda os valores democráticos e de liberdade pelos quais o opositor sempre lutou e pelos quais “pagou o preço máximo”.
“Brutalmente assassinado pelo Kremlin”
Zelensky, Presidente da Ucrânia, afirmou que Putin “deve ser responsabilizado pelos seus crimes”. Apelo que tem vindo a ser repetido por vários líderes europeus.
Da Alemanha, surgem também alertas para os sinais “terríveis” de que o regime russo está a mudar. O chanceler Olaf Scholz afirmou-se “muito triste” com a notícia da morte de Navalny, sentimento partilhado pelo primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, que recordou a “imensa coragem” que o opositor russo demonstrou toda a sua vida.
“São notícias terríveis. Como o mais feroz defensor da democracia russa, Alexei Navalny demonstrou uma coragem incrível ao longo da sua vida. Envio condolências para a esposa e para o povo russo, para quem isto é uma enorme tragédia”, disse.
Os líderes europeus têm sido unânimes nas reações à morte do opositor de Vladimir Putin, apontando responsabilidade ao Kremlin. O Presidente da Letónia afirmou mesmo que Navalny foi “brutalmente assassinado”.
A diplomacia norueguesa diz que o Governo russo “tem uma grande responsabilidade” na morte e a diplomacia francesa afirma que Navalny “pagou com a vida a um sistema de opressão”. À semelhança dos apelos anteriores, o ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol exigiu esclarecimentos sobre as circunstâncias da morte na prisão.
Nobel da Paz Muratov denuncia “assassinato” de Navalny
Dmitry Muratov, vencedor do Nobel da Paz em 2021, denunciou aquilo que considera ter sido um “assassinato” e defende que as condições em que Navalny estava detido contribuíram para este desfecho.
"A Rússia tirou-lhe a liberdade e a vida, mas não a dignidade"
A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, acusou a Rússia de ter tirado "a liberdade e a vida" do opositor russo Alexei Navalny, frisando, porém, que a dignidade do ativista anticorrupção permaneceu inalterada.
"Horrorizada com a morte de Alexei Navalny, galardoado com o Prémio Sakharov [do Parlamento Europeu para a liberdade de pensamento]. A Rússia tirou-lhe a liberdade e a vida, mas não a dignidade", escreveu Metsola, numa publicação na rede social X (antigo Twitter).
"O mundo perdeu um lutador cuja coragem ecoará através de gerações", acrescentou a líder da assembleia europeia, vincando que "a sua luta pela democracia continua a existir". A responsável adiantou ainda que os seus "pensamentos estão com a mulher e filhos" do opositor russo.
Von der Leyen diz estar “profundamente perturbada e triste”
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, mostrou-se "profundamente perturbada e triste" com a notícia da morte do opositor russo Alexei Navalny, falando num "lembrete sombrio" sobre o Presidente russo e o seu regime.
"Profundamente perturbada e triste com a notícia da morte de Alexei Navalny. Putin [Presidente russo] não teme nada mais do que a dissidência do seu próprio povo. [esta notícia é] Um lembrete sombrio do que são Putin e o seu regime", escreveu Ursula von der Leyen, numa publicação na rede social X (antigo Twitter).
"Vamos unir-nos na nossa luta para salvaguardar a liberdade e a segurança daqueles que se atrevem a enfrentar a autocracia", adiantou a líder do executivo comunitário
EUA ainda vão "decidir como proceder"
Os Estados Unidos reagiram com alguma precaução ao anúncio da morte do dissidente russo Alexei Navalny, afirmando que, a confirmar-se, "é uma tragédia terrível".
"Dada a longa e sórdida tendência do Governo russo de destruir os seus opositores, há questões óbvias sobre o que acabou de acontecer", disse o conselheiro de segurança nacional Jake Sullivan, numa entrevista à rádio pública NPR.
Sullivan acrescentou que Washington estava a tentar confirmar a informação antes de "decidir como proceder", segundo a agência francesa AFP.O Presidente norte-americano, Joe Biden, não reagiu de imediato, mas já tinha lançado um aviso em junho de 2021 a Vladimir Putin.
No final de uma reunião na Suíça com o líder russo, Biden foi questionado sobre a possibilidade da morte de Alexei Navalny."Disse-lhe [a Putin] muito claramente que pensava que as consequências seriam devastadoras para a Rússia", afirmou então.
UE acredita que Putin tem "responsabilidade exclusiva"
O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, disse que o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, tem a "responsabilidade exclusiva" pela morte do seu opositor Alexey Navalny.
"Enquanto aguardamos mais informações, sejamos claros: esta é uma responsabilidade exclusiva de Putin", escreveu Josep Borrell, numa publicação na rede social X (antigo Twitter).
Na mensagem, o Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança admitiu estar "chocado com as notícias da imprensa sobre a morte de Alexey Navalny".
Josep Borrell descreveu ainda Navalny como um "homem muito corajoso que dedicou a sua vida a salvar a honra da Rússia, dando esperança aos democratas e à sociedade civil".
Morte "sublinha a fraqueza e a corrupção" do regime de Putin
A Rússia é "responsável pela situação que levou à morte do opositor Alexei Navalny", que "sublinha a fraqueza e a corrupção" do regime de Vladimir Putin, disse hoje o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken.
"Esta morte numa prisão russa e a fixação e o medo de um homem apenas sublinham a fraqueza e a corrupção em torno do regime que Putin construiu. A Rússia é responsável por esta situação", declarou Blinken à margem da Conferência de Munique sobre Segurança, na Alemanha.
As várias reações até ao momento
Com Lusa
[Em atualização]