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"Tornei a NATO forte": a resposta de Donald Trump perante chuva de críticas

O ex-Presidente dos EUA disse que encorajaria a Rússia a atacar os países da NATO se estes não pagassem a sua parte. Após as críticas, Trump voltou a falar do assunto, mas não repetiu as declarações.

MIKE SEGAR

Lusa

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump rejeitou esta segunda-feira as inúmeras críticas após as suas ameaças relativas ao futuro da NATO, defendendo que tornou a Aliança Atlântica forte durante o seu mandato.

O favorito do Partido Republicano às eleições presidenciais de novembro voltou a abordar esta segunda-feira o assunto NATO, mas não repetiu as fortes observações, depois de declarar no sábado que encorajaria a Rússia a atacar os países da NATO se estes não pagassem a sua parte.

"Tornei a NATO forte e até os democratas de esquerda radical e os falsos republicanos admitem isso", apontou Donald Trump, através da sua rede, Truth Social.

"Quando eu disse aos 20 países que não estavam a pagar a sua parte justa que estes teriam que pagar, ou não se beneficiariam da proteção americana, o dinheiro entrou", realçou, citado pela agência AFP.

"Mas agora, que não estou mais aqui para dizer 'vocês têm que pagar', lá estão eles a recomeçar", acrescentou o ex-chefe de Estado norte-americano.

Trump, que deverá enfrentar novamente nas presidenciais o atual presidente, o democrata Joe Biden, critica regularmente os aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte, por não cumprirem os seus compromissos de gastos militares.

O republicano também criticou hoje as verbas libertadas pelos Estados Unidos para ajudar a Ucrânia, em comparação com os seus parceiros da NATO.

As críticas sobre o apoio a Kiev surgem numa altura em que um novo pacote de 60 mil milhões de dólares (55,7 mil milhões de euros, à taxa de câmbio atual) para a Ucrânia está a ser debatido no Congresso norte-americano.

"Estamos a ajudar a Ucrânia com mais de 100 mil milhões de dólares (93 mil milhões de euros) a mais do que a NATO", apontou Donald Trump.

"A NATO deve equilibrar, e agora. Caso contrário, será a América em primeiro lugar!", insistiu o ex-empresário, referindo-se ao slogan de política externa do seu mandato (2017-2021).

Declarações de Trump alvo de críticas

Joe Biden considerou "angustiantes e perigosos" os comentários feitos no sábado pelo rival, Donald Trump, que disse que encorajaria a Rússia a atacar os países da NATO.

Já o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, advertiu para comentários que "minam a segurança": "Qualquer sugestão de que os aliados não se vão defender uns aos outros mina a segurança de todos nós, incluindo os Estados Unidos, e expõe os soldados americanos e europeus a um risco acrescido", afirmou, em comunicado.

Também o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, pediu seriedade a Donald Trump: "Deixem-me ser sarcástico (...). Durante esta campanha vamos ouvir demasiadas coisas. Vamos ser sérios: a NATO não pode ser uma aliança militar 'à la carte', não pode ser uma aliança militar dependente de como o Presidente dos Estados Unidos está a cada dia. Sim, não, amanhã isto, depois aquilo".

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