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EUA preparam acordo de cessar-fogo de seis semanas em Gaza

Joe Biden diz estar a trabalhar com os aliados no Médio Oriente para que Israel e o Hamas cheguem a um acordo sobre um novo período de cessar-fogo. O objetivo é uma pausa humanitária de seis semanas, de forma a permitir a libertação de reféns e a entrada de mais ajuda humanitária em Gaza.

SIC Notícias

Os Estados Unidos estão a preparar um acordo para um cessar-fogo entre Israel e o Hamas. O plano prevê seis semanas de tréguas para a libertação de reféns e a entrada de ajuda humanitária em Gaza.

O Presidente norte-americano esteve reunido com o Rei da Jordânia para discutir os termos deste acordo. Esta terça-feira, o Rei Abdullah II encontra-se com Antony Blinken, chefe da diplomacia norte-americana.

Os Estados Unidos pedem a Israel que não continue a atacar Rafah sem ter um plano para proteger os civis.

Sobre os termos do acordo, a Casa Branca adianta que o objetivo é uma pausa humanitária de seis semanas, de forma a permitir a libertação de reféns e a entrada de mais ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

"Não podemos ficar de braços cruzados e deixar que isto continue", afirmou o Rei da Jordânia. "Precisamos agora de um cessar-fogo duradouro. Esta guerra tem de acabar.”

O primeiro-ministro israelita continua determinado em entrar em Rafah, a qualquer custo, para derrotar o Hamas. Benjamin Netanyahu ordenou ao exército que preparasse uma ofensiva na região, onde se encontram 1,4 milhões de palestinianos, segundo a ONU, mais de metade da população total do território.

Na segunda-feira, Netanyahu reiterou a determinação em continuar a "pressão militar até à vitória completa" sobre o movimento islamita palestiniano Hamas, que tem como "último reduto" Rafah, para libertar os reféns israelitas.

EUA, Egito, Israel e Qatar discutem trégua

O Presidente egípcio, Abdelfatah al Sisi, e o diretor da CIA, William Burns, concordaram esta terça-feira manter uma "coordenação intensiva" para alcançar uma trégua na Faixa de Gaza.

Foi também "confirmado que as consultas e a coordenação intensiva continuariam a fim de alcançar os objetivos do cessar-fogo, proteger os civis e ativar a solução dos dois estados", que prevê a criação de um estado palestiniano independente.

Este encontro ocorre num dia em que representantes da CIA, da Mossad e da segurança interna israelita Shin Bet estão reunidos no Cairo com responsáveis egípcios e do Qatar, bem como com delegações do Hamas e da Jihad Islâmica Palestiniana (PIJ), para discutir medidas com vista a uma possível trégua.

O acordo que está a ser discutido tem três fases e, além da libertação de reféns, prevê ainda que Israel liberte presos palestinianos.

Hamas diz que Netatanyahu não está interessado num acordo

O Hamas considera que a última proposta de Israel para tentar alcançar um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza não ajuda a aproximar posições e "demonstra que a ocupação não é séria".

Osama Hamdan, dirigente do braço político do grupo, defendeu que a proposta apresentada pelo Hamas foi considerada "positiva" por Doha e pelo Cairo, antes de acrescentar que as respostas da ocupação "não garantiam a liberdade de movimento da população, o regresso dos deslocados, a retirada do Exército de ocupação de Gaza e a abertura de corredores fronteiriços para viajantes e feridos".

"E mais, a postura apresentada pela ocupação para a troca de prisioneiros confirma que não é séria para alcançar um acordo", disse, antes de acusar o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, de manter "uma política de evasão e de procrastinação" e de não estar "interessado em conseguir um acordo".

As palavras de Hamdan chegam uma semana depois de o Hamas propor um plano para um possível cessar-fogo, que contempla três etapas durante 15 dias, que levaria ao fim do conflito e que incluiria a libertação de reféns, em troca da libertação de 1.500 prisioneiros, o fim do cerco da Faixa de Gaza e um processo de reconstrução.

Com LUSA

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