Mulheres estão a receber treino militar no Sudão, para se saberem defender caso a cidade caia nas mãos das Forças de Apoio Rápido (na sigla inglesa RSF). No hospital militar chegam feridos de todos os campos de batalha do país.
Mais de metade da população sudanesa, cerca de 25 milhões de pessoas, necessita de apoio humanitário e, à medida que o conflito se agrava, os civis são agora obrigados a armar-se.
Estudantes, professoras e donas de casa veem-se forçadas a sair de casa e aprender a disparar uma arma, para se protegerem a si e às suas famílias.
“Viemos para nos protegermos, para protegemos os nossos filhos, tudo o que defendemos contra tudo o que vimos”, disse uma das mulheres a receber treino, que conta que o sobrinho foi morto pelas RSF e que a sobrinha foi raptada.
As milícias das Forças de Apoio Rápido - RSF - são apoiadas pelos Emirados Árabes Unidos, através do Chade - embora o neguem - bem como pelo governo em disputa no leste da Líbia - mantendo ligações estreitas com o grupo mercenário russo Wagner. Já as Forças Armadas Sudanesas (SAF) são apoiadas pelo Irão, Egito e Ucrânia
“Neste momento estaríamos a estudar. Nunca tivemos nada que ver com os militares. Nem sequer pensávamos nisso, mas as RSF trataram-nos da forma mais desumana possível como se fôssemos cães", afirma um universitário de 20 anos, que agora presta ajuda num dos hospitais.
Uma das maiores crises humanitárias do mundo - foi assim que a ONU descreveu a situação no Sudão, 10 meses após o início de uma guerra civil brutal que dilacerou o país.