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Mundo enfrenta "cenário mais perigoso em termos bélicos do último meio século"

Ricardo Alexandre, jornalista da TSF e comentador SIC, analisa os últimos desenvolvimentos do conflito no Médio Oriente e as recentes declarações de Donald Trump.

SIC Notícias

O primeiro-ministro israelita defendeu hoje a sua estratégia de manter a pressão militar sobre Gaza como forma de libertar os reféns, depois de o exército ter conseguido resgatar dois deles numa operação em Rafah. Benjamin Netanyahu acrescentou que "só a continuação da pressão militar, até à vitória completa, resultará na libertação dos reféns". Ricardo Alexandre, jornalista da TSF e comentador SIC, analisa os últimos desenvolvimentos do conflito no Médio Oriente e as recentes declarações de Donald Trump, que disse que encorajaria a Rússia a atacar países da NATO.

Ricardo Alexandre explica que "o Governo de Netanyahu entende que não é com um acordo, como seria o mais lógico, mas sim com a continuação da operação militar que consegue resgatar os reféns".

"Há todo um contexto que faz tornar uma operação militar de grande envergadura em Rafah algo muito perigoso, mas para Israel é a opção que considera possível e mais eficaz", sublinha o comentador da SIC, lembrando que se trata de uma cidade “cuja população se multiplicou por seis desde o início da guerra, uma parte muito substancial dos refugiados do Norte e Centro de Gaza, foram encaminhados para Sul”, refere o comentador da SIC.

Dois reféns do Hamas foram libertados em Rafah pelo exército israelita. Foram identificados como Fernando Simon Marman, de 60 anos, e o cunhado, Louis Har, de 70, nascido na Argentina, estão bem de saúde e foram transferidos para um hospital.

“Agora conseguiu, de facto, libertar 2 reféns de um prédio de apartamentos numa numa zona de residencial de de Rafa (...) Foram libertados, mas sabemos que há ainda cerca de uma centena que comprova que os militantes do Hamas estão espalhados, continuam espalhados pelo território, ou seja, vermos estes reféns a serem resgatados a Sul, também demonstra que continuam membros militantes do Hamas a Sul”, diz Ricardo Alexandre.

Ao mesmo tempo que decorria o resgate dos dois reféns, o exército israelita lançava vários ataques que mataram cerca de 100 pessoas em Rafah, junto à fronteira com o Egito.

Trump encorajaria a Rússia a invadir os países devedores à NATO

Donald Trump sugeriu deixar a Rússia atacar qualquer país que pertença à Aliança Atlântica e que tenha as contribuições para a organização político-militar ou o investimento em defesa abaixo do expectável.

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, considerou que as declarações do antigo Presidente dos Estados Unidos atualmente na corrida republicana à candidatura presidencial, são prejudiciais para os 31 países, incluindo Portugal, que compõem a organização.

Sobre estas declarações, Ricardo Alexandre diz que “é Donald Trump no seu melhor, temos de estar habituados, nunca nos desabituámos propriamente e vai ser assim certamente até novembro”, altura em que terão lugar as eleições presidenciais nos EUA.

“O mundo está de facto no seu cenário, em termos bélicos, mais perigoso do último meio século. Com a guerra no Médio Oriente, a guerra na Ucrânia com o duelo Estados Unidos-China no Pacífico e, em concreto, as questões do estreito de Taiwan e com este tipo de declarações - Donald Trump a incitar quase a Rússia a fazer algo aos países que não paguem aquilo que é a sua parte para o orçamento da NATO, torna tudo ainda mais perigoso do que já estava, mas com Donald Trump não é de surpreender”, conclui Ricardo Alexandre.

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