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Tensões na sociedade israelita: "Situação muito difícil que Netanyahu, com muitas culpas, está a gerir"

O comentador da SIC, Germano Almeida, diz que ainda há um grande apoio na sociedade israelita para que a operação militar continue e que não haja uma libertação de presos palestinianos.

Germano Almeida

O líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, vai ao Cairo para discutir um novo cessar-fogo, mas ainda não respondeu. Relativamente a Israel, as indicações são contraditórias, diz o comentador da SIC.

“Uma primeira indicação era que, da reunião do fim de semana com os chefes das secretas de Israel, Estados Unidos, Egito, e com o Ministro qatari, Israel tinha saído com a indicação de que iria aceitar uma pausa, desde que não fosse dito que era cessar-fogo a troco de uma libertação de reféns. No entanto, à medida que se vai sabendo mais pormenores, fica mais difícil para Netanyahu” aceitar.

O acordo aponta para “a libertação de 35 reféns a troco de uma paragem de 45 dias da operação militar israelita e a troco de um número muito elevado, fala-se em milhares de palestinianos libertados das prisões israelitas, sendo que muitos deles, eventualmente, são criminosos”.

Hoje saiu uma sondagem em Israel que diz que mais de metade dos israelitas estariam contra este tipo de acordo, considerando que seria negativo a libertação de tantos palestinianos.

“Mostra que, embora haja uma necessidade na sociedade israelita de o Governo avançar para mais há reféns libertados, há também um foco relativamente a que ainda há um grande apoio na sociedade israelita, em que a operação militar continue e que não haja uma libertação de presos palestinianos numa nova fase, porque isso aumentaria a sensação de insegurança”.

Num estudo que foi feito, 38% dos israelitas apoiam a reinstalação de colonatos em Gaza.

“Essas tensões na sociedade Israelita, ou seja, ainda há um grande apoio relativamente a isso, a operação militar e também uma parte significativa, não maioritária, da Administrações israelita que considera que a Faixa de Gaza, depois da operação militar, deverá ser ocupada pela construção de colonatos. Isso seria, sabemos uma incrível e uma dramática regressão”.

“E é dentro desta situação muito difícil que Netanyahu, com muitas culpas, está a gerir a situação”.

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