A China insistiu este sábado que a "reunificação" com Taiwan é "inevitável" e que se oporá às "atividades separatistas" após ter saído derrotada nas eleições presidenciais e legislativas pelo candidato Lai Ching-te, de um partido tradicionalmente pró-independência.
"A votação não vai impedir a tendência inevitável de reunificação com a China", disse Chen Binhua, porta-voz do gabinete chinês responsável pelas relações com Taiwan, num comunicado citado pela agência noticiosa Nova China.
Nesse sentido, reiterou que não irá tolerar "atividades separatistas" em Taiwan.
"Vamos [...] opor-nos firmemente às atividades separatistas que visam a independência de Taiwan e a interferência estrangeira", advertiu Binhua.
Num discurso após conhecer a vitória nas eleições, o independentista William Lai, saudou os eleitores por resistirem a "pressões externas", numa referência velada à China, que reivindica a posse da ilha.
"Graças às nossas ações, o povo taiwanês resistiu com sucesso aos esforços das forças externas para influenciar estas eleições", declarou William Lai aos seus apoiantes, vincando que apenas a população do território "tem o direito de escolher o seu Presidente".
“Estaremos do lado da democracia”, diz William Lai
No discurso de vitória, o candidato do Partido Democrático Progressista (DPP), no poder, saudou o eleitorado por abrir "um novo capítulo na democracia" da ilha, apesar das ameaças de Pequim.
"Quero agradecer ao povo de Taiwan por escrever um novo capítulo na nossa democracia", declarou William Lai, acrescentando: "Estamos a dizer à comunidade internacional que entre a democracia e o autoritarismo, estaremos do lado da democracia".
O Presidente eleito prometeu "proteger Taiwan das contínuas ameaças e intimidações da China", mas também "manter o intercâmbio e a cooperação" com Pequim.
Acompanhado pela vice-Presidente eleita, Hsiao Bi-khim, o líder do DPP, que tomará posse no dia 20 de maio, considerou que nos últimos oito anos a China "não respondeu" às boas intenções do Presidente cessante, Tsai Ing-wen.
"Esperamos que a China reconheça a nova situação e compreenda que só a paz beneficia ambos os lados do Estreito. A paz e a estabilidade globais dependem da paz e da estabilidade no Estreito de Taiwan, e a China também tem uma responsabilidade", disse Lai.